segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Roma Antiga

Hoje o tempo nos pregou uma peça. Quando saí cedo para a internet, estava uma leve e intermitente garoa. Durante o período que fiquei lá, meio que firmou, e quando voltei ao hotel não mais garoava. Que sorte, pensei.

Pegamos o Metro e fomos até o Coliseu. A saída da estação já é bem interessante. Você sai da escada e dá de cara com aquela “coisa” ali no meio da rua! O tamanho impressiona. Uma pequena fila de uns 20 minutos para compra de ingresso e conseguimos entrar. Durante a visita, começou novamente a garoar, mas algo totalmente palatável... Garoava um pouco mais forte quando decidimos que era hora de irmos ao Palatino.

Sem fila. O ingresso para o Coliseu dá direito à visita ao Palatino também. Entramos já sob uma garoa forte. A primeira placa que vimos dizia “Casa di Augusto”. Fomos atrás dela, passando por várias partes da pequena e humilde casa de Augusto. No meio do caminho tinha um museu. Tinha um museu no meio do caminho. Entramos e após uma rápida visita saímos para a nossa busca da Casa di Augusto. Já não era mais garoa, mas uma chuva fraca. Quando vimos uma “nova” fila, concluímos – é a Casa di Augusto. As placas diziam que devido a condições essas e aquelas, só era permitida a visita de 5 em 5 pessoas. Como a chuva fraca resolveu se trasnformar em chuva forte, ficamos, pois a fila era coberta. No que entramos em baixo da parte coberta, caiu o mundo. Ainda bem que estávamos abrigados. Quando chegou a nossa vez ainda bem que a chuva tinha amainado, pois o percurso final até a Casa di Augusto não era coberto. Primeiro, tinha que subir (no tempo...) uma escada para ver (pelo vidro...) um quarto com os afrescos da época ainda parcialmente conservados. Descemos para então entrarmos dentro da casa. Visita-se mais duas salas e é tudo. Se não fosse pela espera abrigados da chuva, teríamos ficado muito brabos.

Saímos das salas do Augusto e fomos atrás de outras atrações do Palatino, mas a chuva apertou de novo. Entramos no primeiro lugar coberto que achamos. Como estávamos com apenas um guarda-chuva (um que a Fátima tinha comprado em Milão) andávamos meio que um de cada lado, pois eu estava usando minha japona “impermeável” que comprei em Indianapolis algum tempo atrás. Quando tirei a jaqueta na área coberta, pudemos ver que aquele friozinho que eu estava sentindo nos braços e nas costas não era bem um friozinho, mas a chuva que tinha passado pelo “impermeável” e molhado minha camisa. A Fátima disse que eu estava encharcado, mas isso foi um pouco de exagero dela. Agora, adivinhem quem foi que apareceu nessa ruína coberta? Um doce para quem adivinhar. Ganhou! Isso mesmo – um camelô vendendo guarda-chuvas. Compramos um novo para mim (€5).

A chuva não passava, e não podíamos ficar marcando touca em Euros. Com o reforço do novo guarda-chuva, seguimos caminho. Sem querer, acabamos saindo do Palatino e entrando no Foro Romano. Verdadeiramente impressiona imaginar tudo aquilo durante o seu esplendor. Construções imensas, colunas altíssimas. O passeio prossegue até a escada que leva ao Campidoglio, onde imediatamente entramos nos Museus Capitolinos. Ambiente aquecido, tirei a japona e logo logo a minha camisa estava seca.

Aproveitamos também para fazermos o lanche do almoço. Êta lugarzinho barulhento e de gente (atendentes) mal humorados. Faziam questão de fazer tudo com o máximo ruído. Não colocavam o copo na bandeja, batiam o copo. Afinal, sem barulho não devia ter muita graça. Não faz mal. Vamos prá frente. Como já somos ratos de museu, olhamos só as coisa mais importantes do acervo (não conhecemos tanto assim, seguimos as indicações dos guias de viagem...). Saímos, mais uma olhada na estátua equestre de Marco Aurélio que fica no centro da praça, uma última olhada nos piso com desenhos geométricos de Michelangelo, e descemos a escada (também do p. do Mich – ôô cara f.).
Chegando lá embaixo, saímos pela direita e fomos até o momumento em homenagem a Vittorio Emanuele II. Aquele que tem gente que chama de bolo de noiva e que eu acho que olhando de cima parece uma máquina de escrever. No meu modesto parecer, não combina com Roma e devia ser demolido. Do outro lado da rua está a Coluna de Trajano. Só fotografamos de longe. Chuva atrapalha.

Mesmo com a dita cuja da chuva, fomos andando até a Fontana di Trevi. Não interessa o tempo – estava cheia de gente (inclusive nós, ora!). Jogamos a tradicional moedinha! Posso dizer que funciona. Quem a joga realmente volta, pois afinal, há uns oito ou nove anos atrás, quando vim para cá com o pessoal da Abirochas, joguei a moedinha da sorte, e cá estava aqui eu de novo.

Seguimos viagem, ainda debaixo de chuva, em direção ao Pantheon. Em certo ponto do trajeto, fiz um zig onde deveria ter feito um zag (me desculpem por essa, mas era inevitável), e quando vimos estávamos na frente da Piazza Colonna, que por sua vez fica na frente da Galleria Alberto Sordi. Até que foi bom, pois era mais um lugar coberto e aquecido. Tomei um chocolate quente (capucino para a Fátima), demos ums descansadinha, e saímos de novo agora na direção certa do Panthen.
Essa é outra construção que impressiona (o que não impressiona aqui nessa cidade?). Construído em 118 DC, acho que está até mais bem conservado que a casa da Ivete (essa “dica” é apenas para iniciados...). Com a chuva, a parte central estava isolada. Lembrem-se: o Pantheon tem uma abertura na sua cúpula, o “óculo”, com uns 9 metros de diâmetro.

Como os cara aqui são foda, e quem está na chuva é para se molhar (ah não – mais uma dessas...), resolvemos andar até a Igreja de Santo Ignácio de Loyola. Ela tem um teto com uma pintura “ilusionista”. A perspectiva se ajusta à tua posição. Finalmente, pegamos um táxi e voltamos ao hotel.

Subimos, peguei o computador e fui direto internetear (a chuva tinha passado – agora estava só uma leve garoa). Na volta, passei na frente de uma loja de cutelaria e resolvi entrar. Comprei um canivetinho suíço para a Fátima, igual a um que ela teve até quando fomos a Buenos Aires alguns anos atrás e ficou na segurança. Espero que esse dure pelo menos o que aquele durou.

A chuva tinha passado totalmente. Resolvemos sair para jantar num lugar pertinho do hotel que tínhamos visto ontem e parecia muito charmoso. Parecia. Chegamos na frente e demos meia volta. Continuamos andando e, um pouco antes de chegarmos na Piazza del Popolo, os olhos de lince da Fátima avistaram dois restaurantes na quadra de baixo. Esses sim eram charmosos. Entramos no primeiro, mas só sob reservas. Fomos ao segundo – a Osteria del Tempo Perso. Não poderíamos ter feito melhor escolha. A comida estava ótima (até um Brunello de Montalcino eu tomei – meia garrafa, safra 2003, €35,00 – e daí Sávio? Aprovado?), o garçom simpatissíssimo, uma sobremesa fantástica. Um gelato di limone que veio dentro de um limão mesmo. Até foto tiramos. Um final de dia perfeito para compensar toda aquela chuva.

3 comentários:

Ana Balbinot disse...

Delícia, delícia, delícia!
Você está se saindo um narrador de viagem muito bom!Super gostoso ler as aventuras dos Zagonéis narrada assim!
Beijos

Ana Balbinot disse...

Quero saber que estória é essa só prá iniciados de mais conservado que a casa de Ivete! Tô morrendo de curiosidade!

Panda Lemon disse...

Devo concordar com a Ana! Ler tudo isso é muito divertido, tipo livro do Veríssimo. Eu faço a revisão e publicamos um livro, o que acham? Mas e as fotos, onde estão?