segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Padova a Venezia

Como quase sempre, hoje saímos do hotel aí pelas onze. Preciso dizer porque? Coitadinho de mim. Va bene così – è quello che si può fare. Bom, tomamos café, descemos e fizemos o check-out, mas deixamos as bagagens no Hotel Grand`Italia (para aqueles que não se lembram que ontem já falei o nome do hotel). Fomos à busca do complexo de atrações compostas pelo Museo Civico Eremitani, pela Chiesa degli Eremitani e pela magnífica Cappella degli Scrovegni, todas elas dentro do parque Arena Romana. Vocês podem não acreditar, mas desta vez eu fiz um zig quando deveria ter feito um zig (hahahahaha) e rapidinho chegamos lá. Entramos na primeira entrada (ou será que entramos na primeira saída? Dúvida existencial que marcou nossa viagem...) do parque, e, aí sim, vimos que estávamos meio errados.



O Parque da Arena Romana


Para comprarmos o ingresso, tínhamos que sair de novo. Acontece com os melhores turistas. Chegamos. Primeiro a má notícia: o Museo e a Chiesa estavam fechados (mas que M – segundas feiras são efetivamente dias de risco para os incautos). Agora a “boa” notícia: o ingresso apenas para a capela era mais barato... A gente nunca aprende, não é? Em algum lugar lemos que era bom marcar hora para visitar a capela Scrovegni. Como tinha horário vago para 12:45 (ainda não era nem meio dia), já compramos o ingresso para esse horário. Tivemos que sentar e raciocinar: o que vamos ficar fazendo sentados durante 45 minutos – se tem vaga para 12:45, certamente terá vaga para mais tarde – poderíamos trocar de horário e irmos ver as outras atrações de Pádua com mais tempo. Assim dito, assim feito. Mudamos nosso horário para as 15:15 e felizes fomos para o centro histórico (a pé – o carro ainda estava no estacionamento do hotel – afinal se pagamos €14,00 por 24 horas, vamos aproveitar o máximo possível).




Cenas do centro histórico de Pádua

Fomos então procurar o Duomo. Achamos, com um pouco de dificuldade. Antes de lá chegarmos, achamos a Universidade de Padova (a segunda mais antiga da Itália), o Caffè Pedrocchi, sem saber que o tínhamos achado (detalhes mais tarde) e a Piazza delle Erbe. Aí a Fátima se deleitou.



Uma laranja vermelha da Piazza delle Erbe

Não sei se é todo dia, mas hoje tinha uma feira de frutas e verduras e etc.. Até tâmaras naturais (só €1,50 por 100 g) ela comeu. Mas posso dizer que ela não deixa de ter razão – é interessante ver os nativos no seu próprio habitat. Até em peixaria entramos. Cada coisa mais estranha...
Bom, afinal chegamos na Piazza dell Duomo. Surpresa – estava fechado – só abriria por volta das 16:00 (aliás, como a maioria do comércio local – muito estranho). Frustração? Absolutamente – rápida consulta no guia: o interessante não é o Duomo, mas o Batistério.



O Duomo com o Batistério

E êsse estava aberto. Só não sei o que tinha mais cara de velho – se os afrescos de Giusto de Menabuoi pintados em 1378, ou se o funcionário público que vendia os ingressos de €2,50. Acho que o funcionário, porque se eu não soubesse que os afrescos são do século XIV, pensaria que foram pintados ontem. Ontem é um pouco de exagero, pois havia um pouco de cheiro de mofo lá dentro. Talvez tivessem sido pintados o ano passado...

Próximo destino – a Igreja de Santo Antônio. Estava aberta, e foi muito interessante. É enorme, com um estilo completamente diferente das outras igrejas italiansa que visitamos até agora na nossa viagem. Algo, como diz o guia, meio bizantino. Lá dentro a sensação é de que são várias igrejas menores dentro de uma igreja maior. No túmulo de Santo Antonio, localizado no transepto Norte, até um bilhetinho a Fátima deixou (como ela não me falou o que escreveu, não posso dizer a vocês – provavelmente pediu a paz no mundo, o fim da fome, um carro novo...). Pena que aqui não dava para acender vela.


A Basílica de Santo Antonio

Almoçamos na frente da basílica, vendo a estátua equestre de Guattamelata, heróis veneziano retratado por Donatello. Lembram da história do café que vimos sem saber que tínhamos visto? Agora vem o esclarecimento.



O Café Pedrocchi

O Caffè Pedrocchi existe desde 1831, sem nunca ter fechado, e é ponto de encontro dos estudantes da Universidade. Por um certo e inacreditável atabalhoamento na interpretação da carta geográfica de Pádua, passamos na frente do local, dissemos “olha que legal isso aqui” e fomos para a frente. Pois, depois do almoço, quando fui no banheiro, vi uma fotografia do Pedrocchi – era aquele lugar. Tínhamos que passar lá de novo. Dito e feito – no trajeto para o compromisso da capela passamos e fotografamos o local, que na realidade mais parece um templo do que um café.

Era pontualmente 15:09 quando chegamos com 1 minuto de antecipação na frente da Cappela Scrovegni. Essa questão do horário para a visita da capela é muito interessante. Quando dá o horário marcado, você não entra na capela, mas numa ante-sala onde se espera por 15 minutos, para, segundo as informações do ingresso, adaptaçãoao micro clima da capela. Passados os 15 minutos de aclimatização, entra-se na capela. Notem que só se abre uma porta quando a outra está fechada. Uma vez dentro da capela entende-se o porque de todo esse cuidado. Se no Batistério a sensação era de que os afrescos tinham sido pintados ontem, aqui é como se Giotto ainda estivesse trabalhando lá. E só se tem 15 minutos para apreciação – logo já é a vez da próxima turma. Uma história interessante é a razão da existência da capela. O Scrovegni filho a mandou construir e decorar para salvar a alma do Scrovegni pai, que era, vejam só, um agiota. Sorte a nossa, que recebemos essa herança maravilhosa.

Finda a visita, de volta ao hotel, e finalmente rumo a Veneza. É bem perto de Pádua, nem 50 km. Após algumas dúvidas, acabamos chegando na Piazzale Roma, onde se estaciona o carro (só para terem uma idéia do tamanho do negócio – estacionamos no décimo piso, o último). Já era 17:46 quando validamos o bilhete do vaporetto. Seis e meia estávamos no quarto do hotel.


O campanário de Veneza

Não perdemos tempo – saímos quase que imediatamente e fomos até a Piazza San Marco – a meros 20 metros do hotel. Breve passeadinha, com ida até a ponte dos suspiros (a Fátima ficou indignada porque tinha uma enorme propaganda da Lancia Delta – o carro que alugamos – cobrindo boa parte da obra. Só se tranquilizou quando falei para ela que afinal de contas era a Lancia que estava pagando pela restauração da área coberta – tá bom, eles tem direito, murmurou ela a contragosto).


O Duomo e o Palazzo Ducale


Sem palavras

Voltamos para o hotel para internetear (ai meu bolso - €10 por 63 minutos). Já era mais de 21:30 quando saímos para jantar. Após alguma exitação entre as várias opções, acabamos optando por um local em que fomos muito felizes. Fim do dia.

4 comentários:

tete disse...

A viagem está chegando ao fim...e com um quase final que é a maravilhosa Veneza!!! Estou pensando ainda se tenho alguma encomenda para fazer!
Estou sentindo falta das fotos....gosto muito quando a página é ornamentada...
Beijos

Ana Balbinot disse...

Concordo com a Tete ! Também sinto falta das fotos, afinal, é muito bom ler livro com figurinha! hehehe! Vocês viram meu post sobre a Beleza das pontes, né? Meu fedjin acusou uma entrada da Itália que eu achei que fossem vocês...Também tem a Ponte dos suspiros lá!
Beijos e até amanhã

Unknown disse...

Vou fazer uma viagem de navio em 17/03/2009, 18 noites, chego em savona dia 04/04/2009. Pretendo ficar na Itália 07 dias. A região escolhida foi: Veneza, Firenze, Siena, San Geminiano", tudo na Toscana, Itália além de Verona.Voces têm alguma dica, (hotel, excursão, trem, carro)
Agradeço.

cantinhos dos pensamentos disse...

Quanto tempo de veneza a padova?