segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Acabou de novo. Voltaremos à ativa em 2018?


Último dia, mas não um dia parado. Hoje foi dos dias que conseguimos sair mais cedo do hotel. Pouco depois das nove já estávamos no carro em direção à Tivoli. A primeira "atração" prevista era a Villa Adriana, dá para dizer uma pequena cidade construída pelo imperador Adriano para seus momentos de lazer. Hoje só restam as ruínas, porque como tudo por aqui essa villa também serviu de "depósito" de material de construção para o pessoal que erigiu a Roma da idade média e renascimento. Em todo caso, impressiona a grandiosidade do que deve ter sido a casinha de campo de Adriano, com termas, piscinas, estádio, uma pequena ilha onde ele ficava completamente isolado de tudo ao redor, biblioteca, sala dos filósofos e o que mais você pensar. Não tinha cinema, mas tinha teatro... Interessante também é o fato de que todos os serviços na villa eram atendidos por túneis, alguns onde sá passava uma pessoa, outros onde havia espaço até para uma carroça. O imperador e seus convidados não viam nada dessa atividade "menor" que era manter o complexo em perfeito funcionamento.



A Fátima diz que sou eu de estátua Romana!


De lá fomos até o centro da cidade, onde fica Villa D'Este. Antiga residência para o cardeal D'Este, que também atendia o relax de algum Papa esperto e seus familiares. Mais um negócio inacreditável. Em vez de Villa D'Este, deveria ter se chamado Parque das Fontes. Você não anda cinco metros por lá, sem ver uma fonte. Tem fontes, repuxos, cascatas, bicas, o que você imaginar (e ate o que não imagina...) tem. Até dentro da casa tem fonte. Esse aqui é o caso típico de uma imagem vale por mil palavras. Vamos colocar então algumas imagens e parar o texto por aqui.








Saímos da Villa e fomos até a pracinha almoçar o farnel que a Fátima tinha preparado ontem. Delícia comer embaixo das árvores, de frente para uma ... fonte!

E agora? Vamos para Frascati ver os castelos romanos, de acordo com o que o guia informava. Qual o primeiro problema que tivemos quando chegamos lá? Falta de placas. Qual o segundo? Lugar para estacionar. Nada de placa para castelo romano, mas vimos uma para vila nem me lembro do que. Seguimos a indicação (não sem antes termos dado umas 3 voltas na praça procurando lugar para estacionar), e após um tempo subindo uma estradinha estreita e cheia de curvas, chegamos na vila não sei das quantas. Era um hotel. Descemos, mais uma volta na praça e nada de vaga para estacionar. Decidimos ir para uma outra cidade ao lado, chamada Gottaferrata, onde existe uma tal de Abazia di San Nilo. Essa foi fácil de achar e estacionar. O problema é que estava tudo fechado. Só dava para entrar no pátio e ver as coisas por fora. Completamente sem graça.

Ainda tínhamos a opção de passarmos em Ostia Antica, mas face aos recentes acontecimentos, decidimos encerrar as atividades turísticas por aqui. Vamos ao aeroporto devolver la machina. Fácil. Bom vamos então pegar o ônibus para voltarmos ao hotel. Sistema de informação péssimo. As placas diziam que ônibus regional era no T1, mas na realidade só encontramos um ponto de ônibus no T3. No ponto tinha uma tabela meio que incompreensível de horários, mas tinha um ônibus parado também. Perguntei ao motorista sobre o ônibus para a cidade de Fiumicino. Só às 4, me disse, e ainda eram 3 e meia. Vamos de táxi então. Cheguei no táxi. O carinha queria me cobrar 25 euros para isso. Que nada. Voltamos ao ponto de ônibus. Chegamos lá no mesmo instante que parou um. Perguntei ao motorista se ia para o centro. Sim, é este. E pago dentro? Ele me olhou meio de soslaio e disse: entrem. Rapidinho chegamos no centro. Onde pago, perguntei. Não pague, disse o motorista, você tinha que ter comprado o bilhete antes... Acho que ele ficou com pena de dois malucos sem bagagem indo para o centro de Fiumincino, uma "viagem" de 5 minutos. De qualquer maneira, o ônibus estava vazio - só tinha mais duas pessoas. Não creio que a companhia vá quebrar por causa disso.
Voltamos ao hotel, descansamos um pouco, e saímos para jantar na pizzaria familiar ao lado do hotel. Ótima pizza, terminamos de arrumar as malas e fim de férias. Até 2018.

sábado, 12 de outubro de 2013

Dia de Francisco - mesmo com chuva.


Amanheceu um dia tenebroso. Forte chuva. Esperamos até depois do café para ser ver amainava, mas nada. Tive que ir até o estacionamento para buscar nossos guarda-chuva e sapatos mais adequados para a nova situação. Devidamente equipados, saímos para a visita à basílica. Assisi está sendo invadida por hordas de peregrinos barulhentos, andando quase sempre em manada e na sua maioria italianos mesmo. Um nítido reflexo do carisma que Francisco está mostrando na condução da igreja. Em 2008 era muito menos gente.
A Basilica meio que perdida na névoa

Sumiu a Basilica

A Basilica di San Francesco é dividida em três níveis. Começamos pelo "inferior", que é inferior apenas por estar no nível de baixo, porque é muito mais bonita do que a "superior", uma igreja muito maior. Além do mais, é da inferior que você tem acesso a um nível mais abaixo, a cripta de São Francisco, onde o santo está enterrado. A basílica contém um dos melhores conjuntos de afrescos da Itália, com obras de Giotto, Lorenzetti e Martini. Os da igreja inferior estão magnificamente conservados, os da superior nem tanto, talvez até como resultado ainda do terremoto de 1997 que destruiu parte do teto da igreja.
O restaurante do jantar de ontem


 
Saímos da basílica e a chuva já tinha parado, mas tinha descido uma neblina muito intensa, que durou praticamente até o fim de nossa visita em Assis. O destino agora era a Basilica di Santa Chiara. No caminho paramos no Templo di Minerva, com sua fachada estilo grego. Em seguida, numa pequena igreja onde terminava um casamento, construída ao lado do local onde era a casa dos pais de São Francisco. Chegamos em Santa Clara onde conseguimos entrar por literalmente 15 segundos: entramos e cruzamos com a pessoa que estava indo fechar a igreja ao meio dia. Na saída da igreja, uma plaquinha indicava uma casa como o local da prima gioventú di Chiara (primeiros anos da juventude de Clara). Fátima espirituosa, vira para mim e diz: aqui é casa da prima da Clara, que a apresentou para Francisco, e deu no que deu.
A Basilica di Santa Chiara perdida no nevoeiro

Um pouco mais "achada"...
Subimos uma pequena lareira e fomos até o Duomo San Rufino. Pensam que acabou? Que nada. Ainda uma passada pela Chiesa di San Pietro, do século XIII, para enfim pegarmos o carro e seguir viagem. Apesar de toda a multidão por lá, Assisi continua sendo uma cidade imperdível. Não apenas pelo aspecto religioso, mas também pela sua arquitetura e capricho.

Tudo muito crapichado

Descemos a colina e paramos na igreja de Santa Maria degli Angeli. Uma igreja enorme, construída sobre a pequena e simples capela onde São Francisco costumava se recolher para meditar e rezar. Ao lado da igrejinha está o local onde o santo veio a falecer. Tudo isso dentro da Santa Maria degli Angeli. O tamanho e suntuosidade dessa igreja certamente não faria parte dos ideais de São Francisco.
a igreja de Santa Maria degli Angelli
Um pequeno aparte: mais um casamento estava terminando quando chegamos. Coitado do noivo, a noiva era una brutta grassa. Descobrimos um belo macete para entrarmos numa festa de casamento italiano. Todos os carros dos participantes tem laços de fita amarrados, e seguem buzinando atrás do carro dos noivos. Da próxima ...

Novamente pé na estrada, agora com destino ao Hotel Seccy em Fiumicino, perto do aeroporto. Um hotel boutique muito charmoso e só um pouco mais caro que o Ibis aeroporto (além do mais o Ibis é mais longe). O hotel fica a poucos quarteirões da foz do Rio Tibre no Mar Tirreno. Conclusão: nos instalamos e fomos dar um passeio até a praia. A praia aqui é muito feia. Se a tua última escolha de praia for Fiumicino, mude de ideia e vá para as montanhas. Encerramos o nosso dia indo até o fim de um quebra mar acompanhando o Tibre, ontem ainda desfrutamos de um lindo por do sol. Na volta para o hotel, paramos num mercado e compramos o nossa econômico jantar de hoje.
A escadaria do Hotel Seccy

Um cappuccino à beira do Tibre

O por do sol na foz do Tibre
 

Vamos passear pela Toscana? A caminho de Assis!


Hoje, dia 11, foi mais um dia em que tive que ficar no hotel colocando as coisas em dia. Enquanto isso, a Fátima foi dar um passeio por Bologna. O passeio começou pela Piazza Maggiore e Piazza del Nettuno, que são contínuas e onde está a fonte de ...  Netuno! A praça estava cheia de estudantes que participavam de um protesto que passou bem na frente do nosso quarto no hotel. Além disso, havia uma feira da mortadela - inúmeras barracas vendendo essa especialidade da região. Ao tentar fotografar a fonte de Netuno que ela percebeu que tinha esquecido a máquina fotográfica "em casa". Solução: tirar fotos com o celular. Problema: só depois da quarta foto que ela percebeu que estava filmando enquanto andava "por aí", e não fotografando o que queria. Descoberta a tempo, ainda conseguiu algumas boas fotos. Da praça dava para ver a Torri degli Asinelli, importante família local do século XII - muito longe para ir até lá.
As arcadas chiques de Bologna
O protesto de estudantes!

 

Breve caminhada e chegou na Piazza Cavour, que com suas elegantes arcadas e galerias com os tetos ricamente decorados é o centro comercial chique de Bologna, onde pessoas normais, como diria o recepcionista de nosso hotel em Milão, não tem o que comprar. Depois disso, voltou ao hotel, fez as malas, pagamos as contas e pegamos o carro. Para a Toscana.
Primeira parada, Arezzo. O que nos aconteceu? Óbvio, nos metemos em zona de tráfego restrito, zona pedonale, zona de tudo que é jeito. Um "nativo" nos informou sobre um estacionamento ao lado do cemitério. Longe prá caramba, mas fazer o que? Ora, lembrar de suas próprias experiências anteriores. De nossa outra vez em Arezzo, paramos num estacionamento especial para turistas que até escada rolante tem para o acesso ao centro histórico. Dessa vez, literalmente, caminhamos! Já era mais de duas da tarde quando chegamos na Piazza Grande, aquela de piso inclinado onde foram filmadas várias cenas de "A Vida é Bela" e onde esperávamos encontrá-la decorada com os escudos das várias famílias da região (foi assim que vimos na outra vez e uma das razões que nos fizeram voltar). Só que agora só vimos os pregos. Não sei porque, nada de escudo colorido na praça. Sentamos num restaurante com cara de simpático onde vários americanos acabavam o seu almoço. Mas era só a cara. A atendente não era de muitos amigos. Não faz mal, foi limpinho, bom e barato.

A Piazza Grande sem os escudos
(nesse lado nem tinha, mas...)
Dali fomos tentar ver a Pieve di Santa Maria, onde deve estar uma das mais ornamentadas fachadas românticas da região. Deve estar, porque mais uma vez esses italianos acabaram com a nossa alegria. Estão restaurando e nada se via. Próximo passo: Chiesa di San Francesco, com os maravilhosos afrescos de Piero della Francesca. Além dos afrescos, também tinha um preço de ingresso de 8 euros por pessoa. Vimos da porta...
Os vitrias do Duomo de Arezzo
No caminho de volta para o cemitério (que tétrico) passamos pelo enorme Duomo, com belos vitrais e mais um afresco de Piero della Francesca: Maria Madalena. Parar no estacionamento do cemitério teve uma vantagem: era na saída para a estrada, logo nada de risco de entrarem zona proibida de novo.
Passeando pelas ruelas de Cortona


Parada para reabastecimento
Próxima parada, Cortona. Cidade medieval no alto de uma colina (como todas as outras, ora...). Aqui não teve erro. Logo na entrada da cidade já existe um estacionamento público para não residentes, pago por tempo. Na rua de entrada, breve parada para um capuccino e seguimos para... errou quem pensou no Duomo. Fomos para a Piazza Signorelli, com o Palazzo Comunale, um museu e isso e aquilo. Dali, fomos até o Museu Diocesano especialmente para vermos a Anunciação de Nossa Senhora de Fra Angelico, grande orgulho dos cortoneses. Os 4 euros de cada um valeram a pena. Na frente do museu, visitamos a enésima Chiesa di San Francesco, onde está enterrado o Signorelli que dá nome à praça anteriormente mencionada. Na saída, sorvetinho básico de limão e saímos da Toscana, rumo à Assisi, que já fica na Umbria.

Chegamos já à noitinha. De um certo ponto na estrada, começamos a ver uma cidade no meio de uma encosta, ficando cada vez mais perto de nosso lado esquerdo. Demorou um pouco, mas percebemos que aquele belo conjunto era o nosso destino. Em 2008 nos hospedamos num hotel sensacional, que ficava numa antiga fábrica de óleo de oliva. Triste constatação: o hotel que tínhamos registrado como muito bom, ainda mais pelo preço que tínhamos pago, agora virou coisa chique, de mais de 300 euros a diária. Deixa prá lá. Booking.com nos indicou um hotel de 80 euros chamado Hotel Minerva, classificação 2 estrelas. Mais uma vez tivemos uma agradável surpresa. O hotel tem mais de 150 anos de existência, sempre administrado pela mesma família e tinha sofrida uma recente reforma. Além do mais era muito mais perto da basílica do que o outro (vantagem extra não esperada: fica em área bem menos restrita para trânsito de automóveis, pertinho do estacionamento).
A Basilica di San Francesco
Nos acomodamos e já perto das nove decidimos dar um passeio até a Basilica di San Francesco e ver se um restaurante que tínhamos gostado muito ainda funcionava. Estava lá, aberto, bonito e muito bom.
Na postagem sobre Assisi de 2008 tem uma foto quase igual.
Quem tiver curiosidade pode comparar!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Dois sonhos realizados - hoje foi dia de Fátima.


Caríssimos, voltei! Tal como a Fátima falou ontem, era hoje que iríamos realizar um sonho de pelo menos 5 anos de idade (desde que estivemos em Milão em 2008): iríamos entrar no Cenacolo Vinciano, o antigo refeitório da Igreja de Santa Maria delle Grazie onde está a Santa Ceia de Leonardo. Horário marcado: 09:45. Não era ainda nem 08:50, nós já de café tomado (um café perfeito, segundo minha dileta esposa, com direito a frutas frescas e croissant salgado), quando a Fátima vira e vamo vamo, já estou ansiosa. Eu pacientemente falei: calma querida, nosso horário é daqui a quase uma hora, e estamos a 2 minutos da igreja (acreditem se quiserem, mas foi nesse tom ameno e conciliador que falei - não sei porque ela ficou meio p da vida comigo - acho que é coisa de mulher...). De qualquer maneira, 09:20 já estávamos com nosso ingresso (reservado dois meses atrás) na mão. Entrou a turma de 09:30 e só sobraram 4 pessoas: nós e mais duas italianas. Sorte, pensei, vamos ter uma visita bem tranquila. Ledo engano. Deu 09:38 e entrou uma manada de japoneses, com um guia que não parava de falar. Mas, no final das contas, não atrapalharam nada. Depois de passar por duas salas de aclimatização, tudo é esquecido quando você entra e vê ao vivo aquela maravilha. Não existem palavras para retratar o que se sente! Não existe reprodução da obra que chegue perto das sensações que você ver ao vivo te proporciona. A perspectiva conseguida pelo gênio te faz ter a impressão de que a obra "entra" na parede! Um fato interessante é que do outro lado do refeitório existe o afresco da Crucificação de Cristo feito concomitantemente por um artista "normal". Tão inexpressiva... Ficamos imaginado o carinha pintado o afresco dele e vendo do outro lado Leonardo executar aquela obra prima. Como ele consegue? devia o cara ficar se perguntando o tempo todo.

Santa Maria dele Grazie



Muito bem. Nossos 15 minutos no paraíso passaram rápido demais. Saída pela "lujinha", aquisição de uma bolinha de Natal para a coleção da Fátima, rápid visita à igreja, check out e pé na estrada. Hora da realização do segundo sonho da Fátima: "passear" num outlet italiano. Vimos alguns na internet, e a conselho do carinha da recepção da Antica Locanda Leonardo optamos pelo Franciacorta Outlet Village em Brescia. Segundo ele, esse era para pessoas "normais" (financeiramente falando...). No final das contas, quem acabou se dando bem fui eu. Da outra vez em Florença, compramos 3 camisas por 99,90 euros (ainda está esse preço) numa loja chamada Camicissima. No outlet, as mesmas 3 saiam por 69,90! Mas a Fátima também fez as suas comprinhas - nada de exagerado, como só ela sabe fazer. O problema é que fui um terrível repórter e não tirei nenhuma foto dela nas compras!

Quando nos demos conta, já era mais de 15:30. Vamos para Bologna! Do caminho ligamos para um hotel indicado pelo guia como sendo bom e barato. Tinha vaga, a 88 euros a noite (o conceito de barato em euros é muito relativo). Ficamos um pouco receosos, mas resolvemos encarar. Foi uma grata surpresa. O Albergo Centrale é classificado como 2 estrelas, mas é muito bom. Tudo muito bem conservado e limpo. O padrão está acima da classificação. Além do mais, fica ao lado do Duomo e das outras atrações principais de Bologna.

Lasagna e Tagliatelli ala Bolognese - a foto não está muito boa.
O japa que tirou para nós não era um bom fotógrafo!
Hora de jantar, acatamos uma indicação do recepcionista do hotel e fomos para o Ristorante da Nello para degustarmos uma lasagna e um tagliatelli alla... bolognese, obvio. Delícia. Um gelato di limone na praça e voltamos para o hotel atualizar o negócio aqui e como se dizia antigamente brucutu prá cama. Até amanhã.

Fatimão e Ivão na Piazza Maggiore

Hoje foi dia de Ivo


Caríssimos, hoje "soi jo" que vou tecer os comentários sobre este dia memorável! Primeira coisa boa, pelo menos para mim... o hotel era meia boca mas tinha café da manhã! O Ivo como esta só meio de férias, ficou trabalhando no hotel e euzinha fui para o centro. Um doce pra quem adivinhar em que direção fui... Duomo! No meio do caminho passei por uma outra atração que o guia citava, mas que não era o meu objetivo principal, e aproveitei para conhecer o Palazzo Tau e sua capela cheia de afrescos de 1360. Logo ao lado fica a praça Garibaldi, com o dito cujo sobre o cavalo, juro que foi o Thiago Lacerda que pousou para a obra, e ele devia estar indo à missa com seu cavalo sem espora...
Garibaldi foi na missa, num cavalo sem espora
Estava meio difícil achar a direção para o Duomo e pedi uma informação, a pessoa me disse: fica na praça da feira. Quarta feira é dia de feira em Pistoia, e todo, mas todo mundo mesmo vai à feira. Todo mundo vai e barganha, discute, encontra os conhecidos e compram, roupas, calçados, frutas, verduras etc. É uma zona tal, que achar as atrações históricas nesta confusão foi uma aventura à parte. Mas achei, e valeu muito a pena. A Catedral de San Zeno e seu campanário do século 12 é lindo, e uma capela ao lado exibe um altar todo em prata que levou mais de 250 anos para ficar pronto e teve 9 artistas trabalhando, é claro que só um não ia dar, né...
Vendendo calcinhas na frente do Duomo
No retorno para o hotel tentei comprar uma camiseta, e o feirante já foi dizendo que para o meu tamanho não tinha, mas como era bonitinha e tinha uns outros modelitos semelhantes fiquei meio que remexendo, levei uma bronca... já disse que não tem nada pequeno!! Só faltou me mandar engordar um pouco e voltar na próxima semana. O mais legal foi ver as pessoas convivendo com os monumentos, sendo parte deles. Nas cidades maiores e mais importantes como Roma, ou mesmo as cidadezinhas medievais, os nativos estão ali trabalhando e o turista aproveitando, ou o turista gastando e o nativo aproveitando.... Em Pistoia não, é uma mistura. As pessoas vendendo calcinhas na frente do Duomo foi demais. Adorei.
De volta ao hotel encerramos a conta com um minuto de atraso, isto que é aproveitar bem o tempo pago, o Ivo foi por a mala no mini porta mala do 500 e machucou o bracinho.... mas ele muito macho nem desmaiou, mas tivemos de ir à farmácia para um curativo. Mas nada que nos impeça de seguirmos com a programação "ivistica" do dia.
Monumento Votivo Militare Brasiliano

Rumo ao Monumento aos Pracinhas, facilmente chegamos, é um local meio isolado e só tínhamos nós por lá. Não sei quem projetou o monumento, mas que me perdoe, é muito feio. De repente surgiu um senhor, menos senhor que nós, e o Ivo logo lembrou da cara dele de uma reportagem na RPC sobre o lugar. O sujeito é ítalo-brasileiro, mas fala com sotaque, é filho do único pracinha que ficou morando aqui, e que sempre foi o guardião do local, quando o pai morreu ele largou tudo e foi continuar a missão do pai. Nos levou ao seu escritório, onde tem um pequeno museu de objetos, mapas, fotos, coisa modesta, mas emocionante de ver o carinho com que ele guarda a memória do pai. O Ivo adorou, ele tem atração pelas coisas da segunda guerra, até parece que o próprio pai dele lutou. Compramos o livro que ele escreveu em português e italiano, que o Ivo certamente vai ler nas duas línguas!! Aí o sujeito nos deu algumas dicas de como no caminho passarmos por outros monumentos, refazendo o trajeto dos pracinhas no rumo para Maranello, próximo destino.
Fizemos os caminhos mais interioranos possíveis, maravilhosos e tortuosos. Cruzamos os Apeninos, e não vimos nenhum dos monumentos extras, pois com todas as curvas pelo caminho se ainda fossemos pegar atalhos nem de Ferrari iríamos chegar a Maranello hoje. Paramos para almoçar nas montanhas, num lugarejo chamado Taviano, município de Sambuca Pistoiese, que só então nos esclareceu por que anos atrás fomos jantar num restaurante em NY, chamado Sambuca, onde tocava Tom Jobim e era um restaurante italiano!!! Antes tarde do que nunca. Eu comi uma polenta rústica e o Ivo um talhatele ambos com molho de Funghi Porccini, provavelmente colhido naquela manhã, de tão fresquinho. Delicioso....
Polenta Porcini no Rest. Le Margherite, no meio dos Apeninos
 
Localidade de Taviano em Sambuca Pistoiense
 
O GPS nos levou por caminhos tão tortuosos, que até ponte caída tinha

Enfim Maranello, o Ivo até respira mais rápido, acho que em ritmo de Ferrari quando vai chegando perto. O museu é uma coisa, eu segui o Ivo só fotografando suas emoções, como se fosse uma repórter fotográfica, e ele quando não posava, ia indicando o que era para fotografar. Dai pegamos a auto estrada e direto para Milão.

A P3 de 1966. A minha Ferrari de endurance preferida

275 GTB - entre as minhas favoritas das Ferraris de rua

Mostrando para a Fátima fotografar a embreagem do V10 da
F2003, campeã mundial.

Observando a evolução dos volantes
Direto? Direto depois de 45 min. no pedágio. Na fila para pagamento em dinheiro só tinha 2 caixas, para um outro tipo de pagamento chamado Viacard, tinha um monte de caixas e ninguem ia lá...nós também não fomos. Só depois descobrimos que italianos não gostam de pagar com cartão, portanto não tinha nada demais... agora aprendemos, pagamos no cartão e não pegamos mais fila no pedágio hehe.
O Duomo à noite
Chegando em Milão fomos direto para o hotel que já estava reservado: La Antica Locanda Leonardo. O local do hotel não poderia ser melhor, bem ao lado da Igreja Santa Maria delle Grazie, onde fica o Cenacolo Vinciano, nosso objetivo principal, senão único, ver a Santa Ceia do Leonardo Da Vinci. O hotel é uma joia, numa rua que passa carro, passa bonde, por pouco não passa boiada...passamos direto da primeira vez. Enfim lá, depois de deixar o carro num estacionamento (E28 só para passar a noite, e mesmo assim por que estávamos no hotel, e a gente que acha estacionamento caro em Curitiba) , nos acomodamos. Acomodamos em termos, fomos até o Duomo e Galleria Vitorio Emanuelle II dar uma espiada se tudo continuava lá, deslumbrante como antes. E estava, nos deslumbramos de novo. Aí sim, para o hotel, jantarzinho no quarto com direito a Brunello e emoção. Era proibido comer no quarto, foi emocionante, ainda bem que com emoção não foi ainda mais caro.
Nosso banquete probido