terça-feira, 30 de setembro de 2008

Veneza

A estupidez às vezes dá bons resultados.

Depois do café (talvez o mais fraco até agora), saímos e fomos direto até o campanário. Na passagem pela praça, a Fátima me chamou a atenção: estava saindo água dos bueiros. Quando a maré sobe, há um grande risco de tudo ficar debaixo d`água. Até estão reformando o sistema de drenagem de toda a praça, para evitar o problema no futuro próximo. Voltando ao Campanário, esse a gente sobe de elevador (€8,00 per capita), então nada de Red Bull. Bela a vista de cima dos seus 100 metros de altura. A torre original, construída em 1173, desabou em 1902 por problemas de fundação. A “nova” foi inaugurada em 1912.


San Marco


Palazzo Ducale


A piazza

Do Campanário, entramos na fila para entrar na Basílica de San Marco. Grande, mas andando rápido. A área embaixo das arcadas estava com água da maré. Ainda bem que a gente entra por uma passarela metálica. Subimos direto ao “Museu Marciano”, no que podemos chamar das galerias da igreja. €4,00 por pessoa, mas vale a pena. Primeiro de tudo, tem-se uma bela vista do interior da Basílica. No museu estão alguns exemplares de mosaicos que parecem recém executados. São sensacionais. Mas o melhor são os “Cavalos de San Marco”. Uma quadriga em bronze, com datação de carbono 14 para o século II A.C., trazidos de Constantinopla para Veneza pelo doge Enrico Dandolo em 1204, como espólio de guerra. Foram colocados no local “atual” em 1250. Atual entre aspas, pois os originais foram retirados da área externa e trazidos para a proteção do Museu Marciano por volta de 1980. Os que se vêem da praça são réplicas... Ficamos por um bom tempo admirando os cavalos, antes de passearmos na galeria externa.


A piazza de novo, dessa vez do Duomo

Também uma linda vista da praça. Voltamos para admirarmos mais um pouco os cavalos – perto dos originais, as réplicas são completamente sem graça. E quando se pensa que aqueles cavalos tem mais de 2200 anos de fundição, a gente fica emocionado.

Descemos para a a nave da Basílica. Os mosaicos dourados do teto são maravilhosos. Atrás do altar principal, está colocada outra das principais atrações de San Marco – a Pala d`Oro, uma peça de ourivesaria de 348 x 140 cm, executada por volta de 978. São 250 pinturas esmaltadas sobre folhas de ouro, com uma moldura gótica de prata dourada. Ao longo do tempo foram acrescentadas pedras preciosas, como rubis, safiras e ametistas, além de um bom número de pérolas. Napoleão em 1797 garfeou algumas delas, mas ainda impressionam.


Na piazza, com a orquestra

O Palazzo Ducale estava fechado hoje – nada de visitas. Paramos então num dos cafés da praça com “orquestra” tocando, e pagamos uma boa quantia por um capuccino e uma mineral com gás, só para lá sentar e ouvir os sujeitos tocarem. Quando teremos outra oportunidade de tomarmos um capuccino na Piazza di San Marco com música ao vivo, com instrumentistas e garçons vestidos a rigor? Vale o preço.


A ponte

Rápida paradinha no hotel para nos agasalharmos melhor, e fomos então em direção à Ponte di Rialto (Ana, ela está na tua relação? – aqui a internet é muito cara para eu conferir...). A ponte atual é de 1592, e vence um vão de 28 metros com um único arco. Muito tison, com as lojinhas e as 3 “passagens”.


Santa Maria Gloriosa dei Frari

Seguimos nossa caminhada até a Chiesa Santa Maria Gloriosa dei Frari, passando por pontes, canais e praças (em Veneza, fora San Marco, todas as outras praças são chamadas de “Campo”). Quatro coisas merecem destaque: a “Assunção da Virgem”, de Ticiano (atrás do altar mor), o túmulo de Canova (uma pirâmede por ele projetada para ser um monumento a Ticiano, mas que não foi edificada – quando ele morreu, em 1822 os seus alunos usaram o seu projeto para o seu próprio túmulo), a “Madona e Menino” de Belini (no altar da sacristia) e o “Coro de Monges” – um conjunto de cadeiras entalhadas em madeira (1468) com releveos de santos e cenas da vida de Veneza.


Vejam o tráfego intenso de gôndolas


Começando a chover

Quando saímos o tempo estava ainda mais fechado e frio. Pertinho dali fica a “Scuola Grande di San Rocco”. Lá chegando, achamos que não valia a pena pagar os € pedidos (nosso guia não dava nenhuma estrela para o que tem lá dentro). Na frente tinha um outro prédio com um cartaz anunciando uma exposição sobre Vivaldi – era grátis, então entramos. Muito interessante – mostrava um grande número de instrumentos antigos, inclusive um tipo de violino chamado de “mudo” que não tem a caixa de ressonância – um deles tinha uma espécie de “corneta”. Gostaria de escutar o som, mas não era possível.

Se o tempo tinha fechado, agora tinha começado a garoar. Não aquele chuva, mas uma garoa chata. Tivemos que postergar nossa idéia de um passeio de gôndola, e voltamos o mais rápido possível para o hotel, afinal os nossos guarda-chuvas comprados em Roma tinham ficado no carro láááááá no estacionamento. Demos uma boa descansada antes de saírmos novamente.

Agora é que vem a explicação da estupidez lá do começo de hoje. Como sempre, eu termino o meu café 5 horas antes da Fátima. Fui para o quarto para tomar banho. Cheguei na frente do elevador e apertei o botão. E nada do dito chegar. Aí fui informar ao recepcionista que devia ter algum problema. Nesse interregno, vi um cartaz sobre um concerto numa igreja cá de Veneza, com as Quatro Estações de Vivaldi no programa. Preço acessível, escolha feita – vamos ao concerto. Mas onde está a estupidez? É que o elevador só vem se você aperta o botão depois que ele para. A tua apertada “anterior” não serve para nada. Ou seja, eu estava parado na frente do “ascensore” esperando por uma chegada que nunca ia acontecer se eu não apertasse o botão de novo. Estúpido. E ainda tive que ouvir o recpcionista me explicar que eu tinha que apertar o botão. Só faltou eu ficar lá na frente chamando “elevador... elevador...”.


No concerto

O concerto era com os “Interpreti Veneziani”, na Chiesa San Vidal – uma caminhada de uns 10 minutos do nosso hotel. Chegamos na igreja por volta das 20:25 e já tinha uma pequena fila. Ainda garoava levemente, mas não foi nenhum problema. Pouco depois das nove começou o concerto. Isso sim que não tem preço. Assitir uma peça do veneziano Vivaldi tocada numa igreja veneziana por venezianos, foi uma experiência, digamos assim, veneziana. Sensacional, maravilhoso, e quantos outros adjetivos a mais vocês me ajudarem a escolher. O concerto terminou por volta de 10:45 (com 2 bis). Voltamos para o hotel e dormimos uma noite maravilhosa. Não sem antes nos darmos conta que saímos de Veneza já amanhã, dia primeiro, e não no outro dia, como tínhamos em mente. Refizemos algumas programações e prá caminha.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Padova a Venezia

Como quase sempre, hoje saímos do hotel aí pelas onze. Preciso dizer porque? Coitadinho de mim. Va bene così – è quello che si può fare. Bom, tomamos café, descemos e fizemos o check-out, mas deixamos as bagagens no Hotel Grand`Italia (para aqueles que não se lembram que ontem já falei o nome do hotel). Fomos à busca do complexo de atrações compostas pelo Museo Civico Eremitani, pela Chiesa degli Eremitani e pela magnífica Cappella degli Scrovegni, todas elas dentro do parque Arena Romana. Vocês podem não acreditar, mas desta vez eu fiz um zig quando deveria ter feito um zig (hahahahaha) e rapidinho chegamos lá. Entramos na primeira entrada (ou será que entramos na primeira saída? Dúvida existencial que marcou nossa viagem...) do parque, e, aí sim, vimos que estávamos meio errados.



O Parque da Arena Romana


Para comprarmos o ingresso, tínhamos que sair de novo. Acontece com os melhores turistas. Chegamos. Primeiro a má notícia: o Museo e a Chiesa estavam fechados (mas que M – segundas feiras são efetivamente dias de risco para os incautos). Agora a “boa” notícia: o ingresso apenas para a capela era mais barato... A gente nunca aprende, não é? Em algum lugar lemos que era bom marcar hora para visitar a capela Scrovegni. Como tinha horário vago para 12:45 (ainda não era nem meio dia), já compramos o ingresso para esse horário. Tivemos que sentar e raciocinar: o que vamos ficar fazendo sentados durante 45 minutos – se tem vaga para 12:45, certamente terá vaga para mais tarde – poderíamos trocar de horário e irmos ver as outras atrações de Pádua com mais tempo. Assim dito, assim feito. Mudamos nosso horário para as 15:15 e felizes fomos para o centro histórico (a pé – o carro ainda estava no estacionamento do hotel – afinal se pagamos €14,00 por 24 horas, vamos aproveitar o máximo possível).




Cenas do centro histórico de Pádua

Fomos então procurar o Duomo. Achamos, com um pouco de dificuldade. Antes de lá chegarmos, achamos a Universidade de Padova (a segunda mais antiga da Itália), o Caffè Pedrocchi, sem saber que o tínhamos achado (detalhes mais tarde) e a Piazza delle Erbe. Aí a Fátima se deleitou.



Uma laranja vermelha da Piazza delle Erbe

Não sei se é todo dia, mas hoje tinha uma feira de frutas e verduras e etc.. Até tâmaras naturais (só €1,50 por 100 g) ela comeu. Mas posso dizer que ela não deixa de ter razão – é interessante ver os nativos no seu próprio habitat. Até em peixaria entramos. Cada coisa mais estranha...
Bom, afinal chegamos na Piazza dell Duomo. Surpresa – estava fechado – só abriria por volta das 16:00 (aliás, como a maioria do comércio local – muito estranho). Frustração? Absolutamente – rápida consulta no guia: o interessante não é o Duomo, mas o Batistério.



O Duomo com o Batistério

E êsse estava aberto. Só não sei o que tinha mais cara de velho – se os afrescos de Giusto de Menabuoi pintados em 1378, ou se o funcionário público que vendia os ingressos de €2,50. Acho que o funcionário, porque se eu não soubesse que os afrescos são do século XIV, pensaria que foram pintados ontem. Ontem é um pouco de exagero, pois havia um pouco de cheiro de mofo lá dentro. Talvez tivessem sido pintados o ano passado...

Próximo destino – a Igreja de Santo Antônio. Estava aberta, e foi muito interessante. É enorme, com um estilo completamente diferente das outras igrejas italiansa que visitamos até agora na nossa viagem. Algo, como diz o guia, meio bizantino. Lá dentro a sensação é de que são várias igrejas menores dentro de uma igreja maior. No túmulo de Santo Antonio, localizado no transepto Norte, até um bilhetinho a Fátima deixou (como ela não me falou o que escreveu, não posso dizer a vocês – provavelmente pediu a paz no mundo, o fim da fome, um carro novo...). Pena que aqui não dava para acender vela.


A Basílica de Santo Antonio

Almoçamos na frente da basílica, vendo a estátua equestre de Guattamelata, heróis veneziano retratado por Donatello. Lembram da história do café que vimos sem saber que tínhamos visto? Agora vem o esclarecimento.



O Café Pedrocchi

O Caffè Pedrocchi existe desde 1831, sem nunca ter fechado, e é ponto de encontro dos estudantes da Universidade. Por um certo e inacreditável atabalhoamento na interpretação da carta geográfica de Pádua, passamos na frente do local, dissemos “olha que legal isso aqui” e fomos para a frente. Pois, depois do almoço, quando fui no banheiro, vi uma fotografia do Pedrocchi – era aquele lugar. Tínhamos que passar lá de novo. Dito e feito – no trajeto para o compromisso da capela passamos e fotografamos o local, que na realidade mais parece um templo do que um café.

Era pontualmente 15:09 quando chegamos com 1 minuto de antecipação na frente da Cappela Scrovegni. Essa questão do horário para a visita da capela é muito interessante. Quando dá o horário marcado, você não entra na capela, mas numa ante-sala onde se espera por 15 minutos, para, segundo as informações do ingresso, adaptaçãoao micro clima da capela. Passados os 15 minutos de aclimatização, entra-se na capela. Notem que só se abre uma porta quando a outra está fechada. Uma vez dentro da capela entende-se o porque de todo esse cuidado. Se no Batistério a sensação era de que os afrescos tinham sido pintados ontem, aqui é como se Giotto ainda estivesse trabalhando lá. E só se tem 15 minutos para apreciação – logo já é a vez da próxima turma. Uma história interessante é a razão da existência da capela. O Scrovegni filho a mandou construir e decorar para salvar a alma do Scrovegni pai, que era, vejam só, um agiota. Sorte a nossa, que recebemos essa herança maravilhosa.

Finda a visita, de volta ao hotel, e finalmente rumo a Veneza. É bem perto de Pádua, nem 50 km. Após algumas dúvidas, acabamos chegando na Piazzale Roma, onde se estaciona o carro (só para terem uma idéia do tamanho do negócio – estacionamos no décimo piso, o último). Já era 17:46 quando validamos o bilhete do vaporetto. Seis e meia estávamos no quarto do hotel.


O campanário de Veneza

Não perdemos tempo – saímos quase que imediatamente e fomos até a Piazza San Marco – a meros 20 metros do hotel. Breve passeadinha, com ida até a ponte dos suspiros (a Fátima ficou indignada porque tinha uma enorme propaganda da Lancia Delta – o carro que alugamos – cobrindo boa parte da obra. Só se tranquilizou quando falei para ela que afinal de contas era a Lancia que estava pagando pela restauração da área coberta – tá bom, eles tem direito, murmurou ela a contragosto).


O Duomo e o Palazzo Ducale


Sem palavras

Voltamos para o hotel para internetear (ai meu bolso - €10 por 63 minutos). Já era mais de 21:30 quando saímos para jantar. Após alguma exitação entre as várias opções, acabamos optando por um local em que fomos muito felizes. Fim do dia.

domingo, 28 de setembro de 2008

Il giorno della Ferrari – ma che jella. *

Hoje levantamos cedo, fechamos a conta do hotel, e fomos para um último passeio em Florença – a visita à Piazzale Michelangelo – um dos locais mais altos de Florença, com vista de toda a cidade. Domingo de manhã (quase saí para caçar rã, mas pensei melhor...), achamos que chegaríamos rapidinho, sem tráfego. Que nada – movimento intenso. Pior quando estávamos chegando perto do acesso à praça. Estava tendo uma corrida de rua, e por consequencia muitas delas fechadas. Filas enormes. Se ontem tínhamos visitado os locais onde moravam os rico$ de antigamente de Florença, hoje vimos onde moram os rico$ de hoje. Cada casa, cada jardim – só essa parte do passeio já valeu a manhã. Da praça, a vista é realmente de tirar o fôlego.

Arrivederci Firenze. Pegamos a estrada para Maranello. Chegamos lá por volta de 13:30, bem a tempo de assistirmos o GP de Cingapura. Todas as corridas de F1 em Maranello são transmitidas no Auditorium Enzo Ferrari, o melhor teatro da cidade. Estacionamos o caro na frente da Galleria Ferrari, nos informamos no local do Auditorium e lá fomos nós, a pé mesmo. Estava indo tudo muito bem, tudo muito bom, até que o fdp do Piquezinho resolveu bater. Aí foi aquela M que vocês já sabem. O que era para ser o coroamento da viagem, assistindo em Maranello a uma vitória do Massa depois da espetacular pole da véspera, se transformou naquela decepção. Não tem jeito.

Acabou a corrida, nem esperamos o podium, e fomos até a Galleria Ferrari. A visita é relativamente rápida. Saímos de lá, e também a pé fomos até a frente da fábrica, só para olhar e tirar fotos, pois não é permitida a entrada. Bem na frente da fábrica fica o Ristorante Cavalino, onde o próprio Enzo almoçava praticamente todo dia. Mais fotos, e vamos prá frente em direção a Pádua (não sem antes pararmos para abastecer – o carro com diesel, e nóis com Red Bull – só porque a Ana pediu...).

Chegamos em Pádua, nos alojamos no Hotel Grand`Italia, mais uma boa indicação do guia, jantamos numa pizzaria perto, e cá estamos atualizando o relatório.


* O dia da Ferrari - mas que azar.

Firenze – giorno tre.

Hoje o dia começou com um erro de uma hora, e um acerto de várias. Explico: como ontem, fomos de ônibus para o centro, só que dessa vez direto até a Uffizi. Preparados pelo guia, entramos na fila enorme para a compra dos ingressos. Tudo certinho, porta 2 para quem não tem reserva (como nós) e porta 1 para os precavidos com reserva, que entram quase sem espera. Depois de quase uma hora de espera, com tempo para ir na banquinha comprar jornal e tudo, vi uma espécie de placar eletrônico dando informações. A Fátima foi ver de perto, e voltou com duas notícias: uma boa e uma ruim. Primeiro a ruim – “não entendi muito o que dizia, parace que é sobre filas e tempo de espera em várias outras atrações por aí”. Agora a boa: “hoje o ingresso na Uffizi é grátis”. Viva nós. Como ela não tinha entendido direito, fui eu lá conferir. Mais notícia boa: ainda era possível fazer reservas para hoje (o segurança, simpaticamente me disse que o horário era com o computador e não com ele...). Voltei, falei com a Fátima e decidimos tentar a reserva. Entrei. O próximo horário de reseva disponível era 15:15 – ainda era por volta de 12:30. Ótima notícia, ainda mais que a reserva custava “apenas” €4,00.

A nossa programação do dia era Uffizi mais Pallazzo Pitti – uma das muitas ex residências dos Medici. Reserva feita para a Uffizi, 10 minutos de caminhada até o Pitti (o placar eletrônico da Uffizi informava o tempo de espera na fila: 0), e nova boa notícia: o ingresso aqui também era grátis hoje. Antes de visitarmos as coleções, uma rápida passada pelos Giardino Boboli. O parque Barigui particular do castelinho dos Medici. Parque Barigui em questão de tamanho, porque em acabamento...

Entramos no prédio para a primeira parte da visita: o Museo degli Argenti. Até que tinha coisas em prata, mas o que mais gostei foi a mostra de instrumentos científicos do renascimento. Astrolábios, sextantes, compassos, esquadros, níveis, a felicidade para um engenheiro. Até uma luneta que EFETIVAMENTE pertenceu a Galileu está lá. Também pudemos ver um conjunto de ferramentas de precisão que supostamente pertenceu a quem? Acertaram – ao velho Mich. Eu não queria mais sair de lá, mas...

Seguimos então para a Galleria Palatina, com uma impressionante (fazia tempo...) coleção, com incontáveis Rafaéis, Tizianos, Caravaggios, Botticellis e outros mestres do renascimento. Na sequência, passa-se pelos apartamentos reais. Uma loucura atrás da outra. Com eram pobres os coitados.

Antes das 3 e 10 estávamos na Uffizi para a nossa reserva das 15:15. Nem 5 minutos de espera e chegou a nossa vez, mesmo assim espremidos entre trilhoes de alemães, espanhóis e uma excursãso de polacos conduzidos por uma guia assustadora mais feia do que maracujá engavetado há 95 anos. Foi um trauma. Ainda bem que ela (e seus polacos) desapareceram enquanto fizemos nossa visita. Aliás, guia de excursão deveria ser uma coisa proibida. Êles, com seus no mínimo 5.000 seguidores, monopolizam as obras, e enquanto ficam durante 45 minutos explicando porque a unha do pé esquerdo daquele quadro do João da Silva tem 33 mm de comprimento, ninguém consegue chegar perto para ver o resto daquela obra do João da Silva. Que saco. Passamos o resto da tarde lá dentro.

Quando saímos (a essa altura já estávamos cansados de tanto ver santo e anjinho e madonna), escutamos sons de tambores e trompetes, vindo da Piazza della Signoria. Era a celebração da nova safra do Chianti di Rufina, que acontece todos os anos no último sábado de setembro. Muito interessante, as pessoas do evento todas vestidas à la 1500. Mas, se querem saber, o que mais gostamos foi do jeitão dos produtores de vinho, com aquele ar bem de italiano do interior, que muito me lembraram dos meus avós. De repente escutamos uma cantoria – era um outro grupo de senhores já de certa idade, todos de chapéu com pena e medalhas penduradas. Parecia que estávamos vendo a vó Elza cantando Un mazzolino di fiori... De quase chorar.

Uma rápida pausa num café para um capuccino e una cioccolata calda. E pasmem, Ivo foi às compras. Como isso aconteceu? Simples. A Fátima desde Milão falando que queria ir numa tal de loja chamada “Coin”. Peguei o guia, lá dizia rua tal, número tal. Levantamos, foi só dobrar a esquina que estávamos na rua tal, eu virei e falei para a Fátima: é ali. Estávamos parados a 2 passos de onde ela queria ir. O melhor de tudo é que entramos na loja e tinha uma sessão de roupas masculinas com uns puloveres a preços ótimos. Comprei um. O resto estava muito caro. Passeamos por toda a sessão feminina, mas a Fátima não se encantou com nada. Na saída, ela disse: poderíamos agora achar aquela loja de camisa que nos arrependemos de não parar em Milão. Eu virei e disse: deve ser nessa rua mesmo. Dito e feito – uma quadra para a frente e lá estava eu com 4 camisas novas. O preço foi ótimo. Mas não digo quanto. De enxoval refeito, pegamos o ônibus de volta ao hotel.

Seguindo indicação de nosso guia, fomos jantar na Osteria del Caffe Italiano, um ótimo restaurante no centro. Mais um pequeno trauma de centro histórico – acabamos estacionando numa vaga entre dois carros na frente da Igreja della Santa Croce (inicialmente era uma das nossas metas, mas...). O maitre do restaurante me disse que era proibido, mas que até meia noite provavelmente não ia acontecer nada, pois a polícia sabe que lá é cheio de restaurantes e turistas e fazem um pouco de vista grossa. É isso.

Firenze – giorno uno (non sarebbe due?)

Aproveitando a internet grátis do hotel, e também querendo dar uma pausa para o físico, acabamos não saindo muito cedo. Chegamos no centro de ônibus – rápido (30 minutos) e confortável (para um ônibus...). A primeira visão que tivemos do Duomo ainda de dentro do ônibus foi muito tison. Descemos no ponto final (a 2 quadras do Duomo) e para lá nos dirigimos. Foto prá lá, foto prá cá, ooohhh pra lá, ooohhh prá cá, pegamos a primeira fila do dia: entrar na catedral. Muito mais bonita por fora do que por dentro. Prá variar um pouco, a Fátima acendeu uma vela (acho que ainda não falei isso, mas ela acende uma vela – custo variando de €0,50 a €2,00 – em praticamente todas as igrejas que entramos – ela diz que, como o velho sogro Ithass falava, é para iluminar os nossos caminhos – até agora não posso absolutamente reclamar de falta de luminosidade em nossa ainda breve vida).

Saímos e decidimos que, entre subirmos no domo do Duomo (que tal hem?) e no topo do campanário, o último era melhor, pois não tinha fila e era mais alto. Tá certo. Não tinha fila mesmo, mas quando chegamos lá em cima, não era – ele é 6 metros mais baixo do que o domo do Duomo... Mas, o mais incrível dessa subida foi o desempenho da Fátima: foram 85 metros e trocentos degraus que ela venceu com uma bravura indômita, e sem uma gota sequer de Red Bull. Suas asas foram iluminadas pelas velas recém acesas. Durante a subida também aconteceu outra coisa sensacional – os sinos começaram a tocar marcando o meio dia! Fantástico, quase ficamos surdos (bem mais silencioso que um F1 passando na pista na tua frente, mas mesmo assim bem alto...). A vista de lá é qualquer coisa “da non dimenticare mai”.

Descemos com a intenção de nos encontrarmos com o David. Fomos até o Museu dell` Opera del Duomo, que estava completamente sem filas, mas isso era só porque ele não estava lá (santa ignorância, diria o Robin...). No entanto, encontramos uma Pietá inacabada do Mich véio de guerra. Saímos de lá meio frustrados pelos €12 gastos não à toa, mas... Fomos até o Batistério. Mais €9 para entrar lá dentro. Que que é isso, minha gente. Nada de entrar no batistério – olhamos de fora – deu para ver alguns dourados espalhados pelas paredes. Além disso, a principal atração do batistério de acordo com o nosso guia é o tal do portão leste, também conhecido como o Portão do Paraíso, e esse a gente vê de fora, sem pagar.

Discute daqui, discute de lá (tudo no bom sentido), e resolvemos ir até Galleria dell`Accademia. Lá sim iríamos dar um oi para o David. Nós e mais uns trocentos turistas. Enquanto a Fátima ficou na fila, fui num lugar qualquer comprar o nosso almoço. Sentido de tempo perfeito – foi acabarmos de comer chegou a nossa vez de entrar. Aqui sim os nem me lembro mais bastante € valeram a pena. O David original é foda. Aliás, quem é foda foi o Mich que o esculpiu, ele (Davi) é só fodinha... Ficamos um bom tempo lá – íamos para as outras salas, voltávamos para vê-lo mais um pouquinho.

Ficamos nesse vai e vem até 14:30, quando saímos e fomos até a Piazza di San Marco. Entramos no Convento di San Marco (óbvio, né...). Esse convento é muito interessante, pois pudemos ver as celas dos monges (um monte delas) decoradas com afrescos lindíssimos de Fra Angelico. De lá fomos até a Piazza della Santissima Annunziata, onde fica o Spedale degli Innocenti – um orfanato onde as mães solteiras dos tempos d`antes anonimamente entregavam os seus filhos.

Seguindo pelos nossos iluminados caminhos, fomos até a Piazza della Signoria, onde está o Palazzo Vecchio (a prefeitura de Florença), a Fontana di Netuno, uma réplica de David (a escultura original ficou aqui até 1873, quando foi transferida para a Accademia), além da Loggia dei Lanzi, um espaço coberto, mas sem paredes, onde antigamente ficavam os guarda costas de Cosimo I e hoje tem-se um monte de esculturas, entre as quais um Perseu de Celini (em bronze). Após longamente admirarmos Netuno, entramos no Palazzo Vecchio. Logo na entrada estão restaurando algumas de suas colunas, e pode-se brevemente observar o trabalho. A principal atração é o Salone dei Cinquecento, um salão enorme com várias esculturas ao seu redor, entre elas a “Vitoria” de ... Michelangelo, sempre êle.

Saímos da prefeitura, passamos na frente da Galleria Uffizi, e fomos ver o entardecer na Ponte Vecchio. A ponte com suas “casinhas” é algo completamente diferente do que estamos acostumados, e tem uma beleza ímpar. Além disso, a quantidade de joalherias que hoje as ocupam é de endoidecer. Uma do lado da outra, com milhões de € em ouro e pedras preciosas à vista de todos. Antes de pegarmos o ônibus para o hotel, comemos um wafle com chocolate derretido por cima, que, palavras da Fátima, estava du peru di bom. Com o dito cujo do wafle, nada de jantar hoje. Ivo na internet, Fátima na cama, e “fino a domani”.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

San Gimignano, Siena e Firenze

Hoje antes de sairmos do Hotel Le Renaie, tive que ir para a internet durante mais um tempo. Resultado – tomamos café cedo, mas só conseguimos efetivamente sair às 11:30. Na saída, passamos no Santuario di Maria SS.Madre della Divina Provvidenza di Pancole, que já tínhamos visto ontem à noitinha durante nossa “passeggiata” vespertina. Hoje foi muito mais proveitoso. Acabamos descobrindo que a igrejinha (santuário é muito para ela, mas...) foi destruída pelos alemães em 14 de julho de 1944, com exceção da imagem da Madonna, que ficou intacta. Milagre, disseram os camponeses. De qualquer maneira, a comunidade local se reuniu, e conseguiu reconstruí-la apesar de todas as dificuldades pós guerra. Em 19 de outubro de 1949, uma igreja maior e, segundo eles, mais bela, foi reconsagrada. É emocionante ler o pequeno mural onde está afixada essa história. Dá para sentir a dor que eles passaram vendo o que foi feito, sem razão alguma, uma vez que na realidade os alemães estavam se retirando e minaram a igreja sem nenhum outro motivo aparente (pelo menos essa é a versão oficial).


O presépio


Santa Chiara

Ao lado da igreja, também havíamos visto a parte exterior de um presépio, com imagens em tamanho natural (inclusive uma de Santa Chiara – a Teté vai gostar dessa parte), e se vislumbrava uma continuação numa espécie de gruta. Hoje estava aberto. Tudo iluminado, entra-se num pequeno corredor subterrâneo até onde está a encenação da mangedoura. Muito bem cuidado. Parece que foi montado ontem. Essas pequenas coisas tem um significado muito grande na nossa jornada.

Muito bem, trajeto de quase 6 km, e meio dia estávamos estacionandoo carro para finalmente visitarmos San Gimignano. Como gato escaldado tem medo d`água, paramos no primeiro estacionamento que achamos. “Passear” de carro em centro histórico de novo, espero que nunca mais. Do estacionamento até a cidade em si, existe uma escada que subimos sem dificuldade (logo logo vocês vão saber a razão dessa observação...). Caminhando, caminhando... primeira parada; adivinhem onde? Quem falou no Duomo ganhou um doce. O Duomo aqui é também chamado de “Collegiata”, igreja do século 12 com inúmeros afrescos. Fomos também no Museo Civico que possui um conjunto de afrescos muito interessante chamado “Cenas de um casamento”. Aparece um casal medieval tomando banho juntos numa tina, indo para a cama (e a aia arrumando a cama com a mulher já sem roupa deitada...), entre outras. Também fomos na igreja de Santo Agostinho. Tudo com afrescos.


A Torre Grossa


O fantasma da Torre Grossa


Mas o mais importante: resolvemos subir na chamada “Torre Grossa” (Torre Grande), construída em 1311 e com 54 metros de altura. A Fátima foi logo dizendo: vai na frente, que devagar eu chego lá. Subi os 54 metros, e nada da Fátima. De repente, aparece um fantasma lá em cima. Opa – não era fantasma, era a Fátima completando o seu desafio. Dêem uma olhada na foto, e digam se ela não chegou mortinha lá em cima! Mas ela não se arrependeu – a vista é deslumbrante.


San Gimignano de cima da Torre Grossa


Descemos e nos dirigimos ao carro, passando por outros pontos da cidade, agora sem igrejas... De qualquer maneira, era um sobe e desce infindável de escadas e rampas. No caminho, paramos num barzinho e compramos uma coca, uma água, e, suspense, um ingrediente secreto que em breve será revelado.

Chegamos no carro, a Fátima um pouco recuperada, mas ainda bem abatida. GPS apontando para Siena, tomamos a estrada. Foi quando tomei o ingrediente secreto – e a Fátima meio ressabiada tomou o dela. Foi uma coisa impressionante. Acendeu como se tivessem posto fogo no rabo. Ficou totalmente elétrica, não parava de dar risada, nem parecia a mesma pessoa que é só entrar numa “macchina” que já dorme. Dormir no carro? O que que é isso? A Fátima, com o ingrediente secreto não faz a mínima idéia do que signifiquem essas palavras. Devagar, foi baixando a bola, mas não dormiu mais, chegou em Siena a mil, procurando uma torre para subir – infelizmente não tinha. Querem saber o que fez toda essa mudança? Uma simples latinha de Red Bull. Literalmente deu asas para a menina (senhora? Não, aquela senhora ficou na torre de San Gimignano...).

Chegamos em Siena. Por pouco, muito pouco mesmo, não fomos parar no centro histórico de novo. Andamos duas quadras em “zona pedonale”, mas escapamos rápido. Paramos no primeiro estacionamento que encontramos. A Fátima, lépida e faceira, foi logo saindo do carro e correndo para ver a cidade. Era um pouco longe, talvez uns 800 metros. “Cadê as escadas, cadê a torre? Quero degraus...” (existe uma certa liberdade poética nisso, mas os autores se permitem o uso contido de hipérboles...).


Santuário de Santa Catarina


O fato é que, até a primeira atração (Igreja de San Domenico ou Santuário de Santa Catarina – a padroeira de Siena), era tudo plano. Saímos dessa igreja e fomos em direção ao Duomo. Opa – rampas – a nova alegria da Fátima. Também algumas escadas e chegamos no Duomo de Siena. O Duomo na realidade é um conjunto de 4, vamos assim chamar, atrações. O primeiro local a entrarmos foi o Batistério. Em seguida, a Cripta. E dá-lhe escadas pelo caminho – mas vejam só a cara da menina.

Da Cripta, Museo dell’Opera. Aí a felicidade foi total. Pode-se SUBIR até o terraço (ou algo assim) de onde se tem uma belíssima vista de quase toda Siena. Ela chegou lá em cima antes de mim (será? Acho que aí também não, mas...) Finalmente a Catedral, o Duomo propriamente dito. Bonito, mas meio sinistro, escurão.


O Duomo


O Palazzo Publico visto de cima do Museu dell'Opera



Ói nóis na Piazza del Campo


Saímos e fomos então atrás da Piazza del Campo, onde ocorre o famoso Palio de Siena e onde fica também o Palazzo Publico com aquela famosa torre (ops – não subimos na torre – já era tarde...). Uma praça maravilhosa, toda revestida de tijolos dispostos em “espinha de peixe”. Como já estava meio frio, paramos no único café da praça que ainda recebia sol, e tomamos “un capuccino con una ciocolata calda”. Ficamos lá até o sol desaparecer atrás dos prédios. Voltamos ao carro, rumo agora a Florença.


O Palazzo Pubblico


Chegamos de noitinha e o GPS precisamente nos levou até a frente do hotel. E a Fátima já não tão elétrica, mas sem dormir por um instante sequer. Aí veio o primeiro verdadeiro contratempo da viagem. Fizemos o check-in normalmente, e, padrão Best Western, subimos para o quarto levando nossas bagagens. Quando chegamos no pequeno hall que levava ao quarto, já sentimos cheiro de cigarro. Abrimos o quarto e veio aquele “bafo”. E era não só o quarto, mas o andar de não fumantes. Desci imediatamente e pedi outro quarto, porque aquele não iria dar. Aí fui ficando cada vez mais puto da vida. Um italianinho bossal com um cabelo de viado, em vez de pedri desculpas pelo incidente e ver o que poderia fazer, simplesmente me disse que tinha que ir pessoalmente verificar. Fui junto – a Fátima com as malas esperando na porta do quarto. Foi só abrir que o viadinho viu que estava fedido mesmo. Me disse então que iria chamar a camareira para passar um perfume spray no quarto que melhorava. Imaginem vocês como fui ficando. Disse que não queria saber de nada disso, que não era esse o comportamento que eu esperva de um hotel de uma cadeia que tem um nome a zelar, e etc. etc.. Descemos para a recepção, ele já me dizendo que o hotel estava lotado, que não tinha mais quartos, e coisa e tal. Lá embaixo consultou com a outra atendente e realmente não havia mais quartos disponíveis. Incontáveis excursões de barulhentos espanhóis, já instalados e chegando. Se eu já não tivesse pago o hotel antes (afinal foi o hotel mais barato da viagem – tarifa especial da internet sem direito a desistência...). Teria pego as malas e ido embora. Restou a promessa de nos mudarem de quarto amanhã.

Contrariados, tivemos que nos conformar com o camareiro passando um spray no quarto. É a velha história – parecia que estávamos num jardim de fumantes. Para que não pensem que é só desgraça, tem duas coisas boas: o estacionamento e a internet wi-fi são grátis. Primeira vez na viagem, aleluia. Saímos para jantar numa pizzaria perto do hotel (indicação da recepcionista, que o viadinho eu não queria nem mais olhar). Estava muito bom – a Fátima pediu uma pizza e eu um calzone. Voltamos para o hotel e fomos dormir no jardim da fumaça, que amanhã tem mais.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Assisi, Montepulciano, Montalcino e San Gimignano

O dia em Assisi começou pela visita à Basilica di San Francesco,que indubitavelmente é a principal atração dessa adorável cidade medieval. Tudo por ali é muito bonito. A visita da basílica é dividida em dois níveis, e começamos pela inferior. Depois de também visitarmos a superior, descemos à famosa “lujinha”, e compramos uma pequena Santa Chiara, encomenda da Teté. Saindo da basílica, passamos pelo bem cuidado jardim da frente da igreja, onde plantas escrevem “pax”. Bonito e emocionante.

A basílica de São Francisco


O jardim


A basílica refletida na janela do restaurante onde jantamos ontem


Igreja de Santa Chiara

Saindo da basílica, fomos até a Igreja de Santa Chiara. Para tanto, praticamente se atravessa a pequena cidade, com vistas deslumbrantes do vale lá embaixo. Já era hora de voltar ao hotel – mais de meio dia. Fechamos as contas nesse que foi um dos hotéis mais charmosos da viagem, e descemos o morro. Lá em baixo, passa-se pela igreja de Santa Maria delle Angeli – uma igreja enorme que foi construída “por cima” da humilde capelinha em que São Francisco costumava rezar. Dentro da igreja está também o local onde ele morreu. Acho que cada vez que São Francisco, com seus votos de pobreza, “pensa” nessa igreja, deve se revirar no seu túmulo – a coisa toda é verdadeiramente um absurdo.

Santa Maria delle Angeli


De Assis, fomos até Montepulciano, mais uma cidade medieval da Toscana cercada por vinhedos e olivais. Assim como Montalcino, nossa próxima parada, bonitinha, mas sem aquele charme especial de outras, como Assis ou San Gimignano, nossa destino final do dia.

Uma da ruelas medievais de Montepulciano


Vista de Montalcino


Na realidade, nosso planejamento incial previa passarmos em Siena antes de irmos a San Gimignano, afinal, passa-se pela primeira para se chegar na segunda, mas com as paradas em Montepulciano e Montalcino, tivemos que rever essa sequência. Era quase 16:30 quando saímos de Montalcino (pelo menos umas garrafinhas de Brunello nós compramos...). Pela previsão do GPS, só chegaríamos em Siena por volta de 17:45 – muito tarde, não daria para ver nada. Conclusão: direto para San Gigignano e voltamos para Siena amanhã.

Chegamos em San Gimignano por volta das 18. O charmoso hotel Le Renaie (algo como “A Saibreira”) fica fora da cidade, na localidade chamada de Pancole. Além do cansaço normal do fim do dia, o hotel tem um ótimo restaurante, inclusive frequentado por turista e moradores de San Gimignano. Logo, decidido está – ficaremos para jantar no hotel mesmo. E sabem da maior? O restaurante Il Leoneto exige reserva. O fizemos para as nove.


Hotel Le Renaie


Subimos, demos uma pré arrumada nas coisas, e descemos para passear pelo hotel e pelas redondezas. O hotel é pequeno, e mesmo com a voltinha pelas estradinhas do entorno do hotel, antes das oito estávamos de volta. A Fátima foi tomar um banho, e eu fui internetear. Nove horas ela desceu e fomos para a mesa. Para a nossa surpresa, o restaurante, não tão pequeno, estava lotado mesmo! Depois de um ótimo jantar, auxiliado por meia garrafa de um Chianti da casa, fomos para o quarto. Fiquei ainda fazendo alguns projetos para passar para a fábrica. A Fátima dormiu de imediato.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Costiera Almalfitana

Antes de sairmos do hotel, demos uma chegadinha na sua “praia” privada. Praia entre aspas, pois dá uns 20 metros de areia preta e grossa, sem ondas. Nisso não tem comparação com as nossas. Mas até entrei na água! Sensacional! Alguém já viu isso antes?

Daí pegamos a estrada para Positano, Amalfi e Salerno. Não dá para descrever – nem as fotos retratam o que é esse passeio. Hoje então é pouca falação e muita “mostração”.

Vista de Positano


Catedral de Amalfi


Gruta Esmeralda - a luz vem de um tunel por baixo d`água que liga a gruta com o exterior


Amalfi


Prainha "perdida" no fim de uma estradinha


Depois de Salerno, pegamos a autoestrada e fomos direto até Assis (mais ou menos 350 km, mas viagem bem tranquila). Escolhemos um hotel baseados nas informações do guia, e não poderíamos ter sido mais felizes. Primeiro, porque Assis é “demais”. Depois, a qualidade do hotel, principalmente comparado ao preço que pagamos. Após alguns minutos de descanso, saímos para jantar num restaurante indicado pela recepcionista do hotel e que também estava no nosso guia. De frente para a Basílica de São Francisco (a foto foi tirada de dentro do restaurante - parece montagem, mas é de verdade. Aquilo que parece uma moldura, é a janela do restaurante). Melhor impossível, seja o ambiente seja a comida. Onze horas e já estávamos de volta ao hotel. Ci vediamo domani!