quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A caminho de Roma, com escala em Pisa e Arezzo


Hoje o dia começou um pouco diferente. Acordamos por volta das oito, tomamos café, mas não saímos. Fiquei trabalhando no quarto do hotel até uma 11 horas antes de seguirmos com a programação. Do hotel até a torre eram só sete quilômetros. Rapidinho chegamos lá e, por sorte, tinha lugar num estacionamento (pago...) praticamente na frente da torre.

A visão da torre é incrível mesmo, e atualmente é possível para os visitantes subir até lá em cima. Fomos comprar o ticket para tanto, mas o número de pessoas para o passeio é totalmente controlado, e só tinha vaga para as 13:40 – muito tarde, tivemos que abrir mão dessa! Compramos então somente o ingresso para a visita da Catedral e do Batistério, o que também não deixa de ser muito interessante também. O interior da Catedral é muito bonito, aparentemente todo foleado a ouro (pelos menos é dourado...). Já o Batistério tem um acabamento bem mais simples (pobre?). Enquanto estávamos nas galerias, uma mulher começou a cantar lá embaixo. Ou ela tinha uma voz muito forte ou a acústica do Batistério é excepcional. Aposto numa mistura das duas opções. De qualquer maneira, foi emocionante.

Terminada a visita, fomos para a estrada de novo, a caminho de Roma. Chegamos à conclusão que o caminho pelo litoral que inicialmente havíamos planejado não era o mais adequado, e acabamos indo pelo interior. Essa estrada passa pertinho de Florença, e corta o interior da belíssima Tosacana. No caminho resolvemos parar em Arezzo, onde existem alguns belos afrescos de Piero de La Francesca. Prá variar um pouco entramos de novo na zona de pedestres e de circulação limitada, mas dessa vez o trauma foi bem menor (ou até inexistente – será que estamos ficando malandros?). De novo pedimos informações a transeuntes, e chegamos ao lugar para estacionar. Do estacionamento até a parte histórica é tudo muito moderno – até escada rolante tem.

Começamos nossa visita pelo Duomo (que novidade...). A igreja não é tão impressionante quanto as outras já visitadas, mas vale a pena. Existe um afresco de N.Sra. feito por Piero de la Francesca que está praticamente intacto, depois de 500 anos de sua confecção. A seguir, fomos em direção da Basilica di San Francesco, onde estão os maiores afrescos do Piero (já estou íntimo...). Antes de entrarmos na igreja, resolvemos comer alguma coisa, pois afinal já era mais de duas da tarde. Sentamos num dos cafés da Piazza di San Francesco, e, vejam só, o local que escolhemos existe há mais de 100 anos. Os pratos eram muito interessantes, servidos numa pequena bandeja, pareciam mais um mostruário de comida do que uma refeição. O que eu pedi, por exemplo, veio com vários pedaços de queijos diversos, duas fatias de polenta assada com mais queijo em cima, um potinho quadrado com vários tipos de cogumelos, radiccio em conserva, e , pasmem, compota de pera. Uma combinação maluca, mas que deu muito certo. E as sobremesas então? O menu tem fotografias dos pratos, tanto os salgados quanto os doces. Pena que não dava espaço para mais nada. Assim que levantamos para sair, chegaram duas sobremesas na mesa ao lado. A realidade era ainda melhor do que as fotos. Coisa de louco – nos deixou com vontade de voltarmos lá um dia só para pedirmos uma sobremesa daquelas.

Enquanto eu aguardava a conta, a Fátima foi comprar os ingressos para vermos os afrescos da Basílica, mas só tinham disponível para as 16:30 – muito tarde, afinal tínhamos ainda 200 km até Roma. De qualquer maneira, a vista à Basílica é grátis – só não dá para ver os afrescos, disse a atendente.Entramos na igreja, uma construção bem mais simples, com estrutura do telhado em madeira aparente, sem nada dos luxos da outras. Agradável surpresa – você pode ver os famosos afrescos de Piero de la Francesca – só que não de pertinho. Mas não é nada muito longe, uns 10 metros talvez. Dá para ver muito bem, e de graça.

Saindo da igreja, subimos até a Piazza Grande. Muito bonita. Nela foram filmadas algumas cenas de “A Vida é Bela”. As paredes dos prédios são todas enfeitadas com escudos bem coloridos (ou algo assemelhado – a foto vale por mais de mil palavras). O interessante é que o piso da praça acompanha o relevo natural do terreno, e é completamente em rampa. Normalmente as praças são planas, certo?

Terminamos a rápida visita a Arezzo aí pelas quatro e meia. Valeu a pena o pequeno desvio do caminho planejado (a cidade fica a uns 15 km para fora da autoestrada que leva a Roma).

Chegamos em Roma por volta das dezoito e qualquer coisa. O trânsito é meio complicado, e para percorrermos os 30 km finais, levamos quase uma hora. O GPS, para variar, nos levou direitinho para o hotel (já era por volta de 19:30). Só que o hotel não tem placa, e não achamos vaga para estacionar! Parei o carro na esquina, a Fátima desceu e foi atrás da Via Germanico, 198, enquanto eu dava uma volta na quadra. Mantendo a nossa atual boa maré de sorte no que se refere a vagas para estacionar, quando acabei de dar a volta na quadra um carro estava saindo de uma vaga a 10 metros do hotel (nesse ponto a Fátima já o tinha encontrado). Entramos no prédio. Se não fosse uma recomendação da Marisa e do Hamilton (e se não tivessemos que pagar “no show”) teríamos dado a volta e ido embora. A recepção fica no primeiro andar, e os apartamentos são no quarto. Ainda bem que a má impressão imediatamente se apaga quando você entra no quarto. Dentro é tudo bem cuidado, uma boa cama, bom banheiro, todos os confortos que se quer de um hotel. Mas ele está muito mais para “bed and breakfast” do que para hotel “de verdade”.

Enquanto a Fátima arrumava as malas, eu fiquei atualizando esse negócio aqui. Saímos para jantar aí pelas nove. Fomos caminhando até a Piazza Navona, passando ao lado do Castel Sant`Angelo, e vendo o Vaticano ao longe. Atravessamos o Tibre e em menos de 15 minutos estávamos na praça. Escolhemos aleatoriamente um dos tantos restaurantes da praça, jantamos uma boa massa, e antes de meia noite estávamos no hotel para nos recuperarmos para mais um dia de passeios. A idéia para amanhã é dedicação exclusiva ao Vaticano. Quem viver verá!

Um comentário:

tete disse...

Arezzo deve ser uma cidadezinha medieval tipo Lucca....vale a pena conhecer!
Beijos
P.S. por enquanto, nada de banheiro! Tenho certeza que até o Natal vai estar pronto!!!