Conforme previsto, por volta das
nove estávamos tomando nosso último café da manhã no Residenze dei Quiriti. Por volta das 10 horas saímos do hotel, após
um bom papo com os donos do mesmo que nos deram algumas boas dicas a
observarmos no nosso trajeto até Milão. Andamos até o metro e rapidamente
estávamos na estação Termini no
balcão da Hertz. Nosso Cinquecento estava lá reservado direitinho, num
estacionamento a 200 m da estação. Como qualquer grande estação de transporte,
as imediações são horríveis. O trajeto até o estacionamento foi deplorável.
Subimos ao 7.° andar do estacionamento, e lá estava o nosso 500 branco nos
esperando. Completamente sem gasolina. GPS apontando para Viterbo, uma pequena parada para abastecermos, um pequeno zig onde
deveríamos ter feito um zag (ops - desculpem-me...) e logo estávamos na
estrada.
 |
O Lago di Vico |
Depois de algum tempo de
autoestrada, entramos numa pequena estrada vicinale.
Muito bonita! Em um certo ponto, vimos uma placa: Lago di Vico. Não pensamos nem meia vez - entramos. A estradinha
que levava ao lago foi BEM melhor que o lago em si - meio sem graça. Como
paramos próximo a um restaurante, e já estava quase no horário do almoço, pensamos:
vamos almoçar por aqui! Mudamos de ideia rapidamente - a placa dizia qualquer coisa tipo
"menu econômico a partir de 25 euros por pessoa". Pode ser econômico
para italianos cheios da grana, mas não para nós.
Voltamos para o carro, já
sentindo algumas gotas de chuva, e demos mais uma olhada no guia. Perto do lago
(a 4 km) fica Capararola. Que tal
irmos até lá? Ok, vamos. Tiro no pé, não vale a pena - a única
"atração" era um tal de Palazzo
Farnese, que além de estar precisando urgente de uma restauração, estava
fechado. Desperdiçamos pelo menos meia hora de nosso precioso tempo! Mas fazer
o que? Nada além de se conformar e seguirmos viagem em direção a Viterbo, nosso primeiro destino
"original".
 |
O Duomo de Viterbo |
Viterbo vale a pena a parada. Primeiro porque achamos um
restaurantesinho onde conseguimos almoçar os dois por 9,90 euros! Segundo
porque tem o que ver, e vale a pena ver! Primeiro de tudo fomos ao Duomo. Logo ao lado fica o Palazzo Papale. Ambos simples (comparados às
igrejas de Roma), mas bonitos. Depois disso, caminhamos até o bairro medieval
de San Pellegrino. Parece que
voltamos no tempo.

 |
Cenas de Viterbo |
 |
A chuva em Montefiascone |
Estrada de novo, agora em direção
a Montefiascone. Mais uma chuvinha no
caminho, mas pouca coisa. Quando chegamos lá, só víamos chuva ao redor. Pegamos
os nossos guarda chuva, e subimos a escada até a igreja de Santa Margherita. Segundo nosso guia, ela tem um domo construído em
1.670, que só perde em tamanho para o da Basílica de São Pedro. A igreja em si
praticamente "se resume" ao domo - fora um presépio mecanizado muito do legal. De qualquer maneira, vale a pena.
De lá já pegamos o caminho para Orvieto.
Na saída de Montefiascone, passa-se
na igreja de San Flaviano, do século
12, com alguns afrescos ainda muito bem conservados.
 |
O presépio do Duomo de Montefiascone |
 |
Um dos afrescos da igreja de San Flaviano em Montefiascone.
Reparem nas caveiras |
Quando o GPS indicava uns 6 ou 7
km até Orvieto, algo mágico
aconteceu. Da estrada tem-se uma vista fenomenal do monte onde fica a cidade, e
no exato momento em que passávamos, chovia ao redor de toda colina, menos na
própria, onde o sol brilhava intensamente. Se quiséssemos definir algo próximo
ao paraíso, certamente essa vista seria uma séria candidata. Entramos em Orvieto já depois da 6 da tarde. Não
tenham dúvidas, nos perdemos no emaranhado de vielas da pequena cidade.
Passamos por ruas que não sobrava mais do que 20 cm de cada lado no nosso
cinquecento, que se revelou a opção ideal para andar nessas cidades com ruas medievais. Após várias idas e vindas, com um medo danado de entrarmos em zona
proibida e sermos multados como fomos em 2008, conseguimos estacionar.
 |
Orvieto sob o sol da Toscana. A foto não faz justiça ao que os olhos viram. |

Já era tarde, ia ficando difícil
seguirmos viagem até Montepulciano ou
Montalcino como inicialmente
previsto. Vimos então um prédio muito interessante no qual fica o Hotel Reale. Entramos para dar uma
olhada - ih, não é para o nosso bico. Mesmo assim, subimos até a recepção pela
ampla escada de mármore protegida por um belo tapete. Avete una camera doppia per oggi? Si, sicuro! E quanto costa? 70 euros!
Pequena pausa para reflexão! Puxa, por 70 euros, com esse requinte todo, vamos
ficar. A Fátima ficou acertando as coisas enquanto eu fui buscar o carro no
estacionamento para trazer para a frente do hotel. A ilusão acabou ali. Quando
cheguei no andar do quarto, já comecei a achar meio que meia boca. A Fátima me
abriu a porta, e já foi dizendo: parece mais velho que a casa de nossos avós!
Realmente, parece que os móveis foram comprados antes dos anos 50, e nuca mais
trocados. O banheiro tem cara de 1900 e bolinhas! Mas, quer saber, tanto faz!
Afinal, como diria nosso amigo Alexandre, é velhinho mas é bem limpinho.
 |
A escadaria em mármore do Hotel Reale
em Orvieto. |
Bagagem descarregada, saímos
imediatamente para ver se ainda pegávamos alguma coisa aberta. Rapidamente
chegamos no Duomo, para variar a
principal atração da cidade. Óbvio, já estava fechado (já era mais de 18:30).
De qualquer maneira, externamente é do peru... Paramos num lugar abrigado da
chuva, e vimos o que tentar fazer em seguida. Sei lá, vamos andar por aí e ver
se achamos algo aberto. Fomos andando meio que sem rumo, pensando que estávamos
na direção certa de um tal de Pozzo di
San Patrizio, tal como dizia uma placa. Creio que mais uma vez pegamos o
caminho errado, pois sentimos que estávamos cada vez mais nos afastando do
centro histórico. Resolvemos pegar um atalho e quando percebemos estávamos
efetivamente no caminho de volta para o hotel.
 |
O Duomo de Orvieto |
 |
Nosso jantar de hoje |
 |
A vista do nosso quarto do hotel |
Na ida para o Duomo, passamos num pequeno mercado. É
aqui que na volta vamos comprar o nosso jantar de hoje. Entramos, compramos um
farnel de fazer inveja a muita gente (só para dar uma pequena ideia: Gorgonzola
DOP, Parmigiano Reggiano idem, um belo Chianti, óleo de oliva, vinagre
balsâmico cremoso, uma bela salada pré preparada, 100 gramas de presunto à base
de ervas, manteiga, pratos e garfos descartáveis...), montamos a nossa mesa e
nos fartamos com as delícias italianas.
Isso posto, nada mais tenho a declarar. Até
amanhã.
4 comentários:
Náss, sabe que a narrativa tá tão boa que nem precisou das fotos, fiquei imaginando o parking lot assustador, o Monte ensolarado com a chuva em volta, a vila medieval, o hotel meio meia boca, enfim! Quantas aventuras! E que jantinha deliciosa, mmmm, mas e o vinho? Eu quando for vou completar tudo isso com vinho. Hehehe. Bruno tá dodoi hoje foi trabalhar e voltou pra casa jururu, fiz uma sopinha com frango, batata, abobrinha, tomate, cenoura, iamiam, ficou muito boa. Vou cuidar do meu baby agora. Bjos
Pandinha linda
Cá estão as fotos! Você que é uma leitora muito da boa, que tudo capta sem esforço.
De notícias do Bruno
Concordo com a Panda, a narrativa é tão boa que as fotos não são indispensáveis, mas ficaram muito boas!
Oi Ana
Vocês estão me deixando convencido... É muito elogio para um Ivo só!
Beijos (no Gafa, abraços)
Ivo
Postar um comentário