Caríssimos, hoje "soi
jo" que vou tecer os comentários sobre este dia memorável! Primeira coisa
boa, pelo menos para mim... o hotel era meia boca mas tinha café da manhã! O
Ivo como esta só meio de férias, ficou trabalhando no hotel e euzinha fui para
o centro. Um doce pra quem adivinhar em que direção fui... Duomo! No meio do
caminho passei por uma outra atração que o guia citava, mas que não era o meu
objetivo principal, e aproveitei para conhecer o Palazzo Tau e sua capela cheia
de afrescos de 1360. Logo ao lado fica a praça Garibaldi, com o dito cujo sobre
o cavalo, juro que foi o Thiago Lacerda que pousou para a obra, e ele devia estar
indo à missa com seu cavalo sem espora...
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Garibaldi foi na missa, num cavalo sem espora |
Estava meio difícil achar a
direção para o Duomo e pedi uma informação, a pessoa me disse: fica na praça da
feira. Quarta feira é dia de feira em Pistoia, e todo, mas todo mundo mesmo vai
à feira. Todo mundo vai e barganha, discute, encontra os conhecidos e compram,
roupas, calçados, frutas, verduras etc. É uma zona tal, que achar as atrações históricas
nesta confusão foi uma aventura à parte. Mas achei, e valeu muito a pena. A
Catedral de San Zeno e seu campanário do século 12 é lindo, e uma capela ao
lado exibe um altar todo em prata que levou mais de 250 anos para ficar pronto
e teve 9 artistas trabalhando, é claro que só um não ia dar, né...
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Vendendo calcinhas na frente do Duomo |
No retorno para o hotel tentei
comprar uma camiseta, e o feirante já foi dizendo que para o meu tamanho não
tinha, mas como era bonitinha e tinha uns outros modelitos semelhantes fiquei
meio que remexendo, levei uma bronca... já disse que não tem nada pequeno!! Só
faltou me mandar engordar um pouco e voltar na próxima semana. O mais legal foi
ver as pessoas convivendo com os monumentos, sendo parte deles. Nas cidades
maiores e mais importantes como Roma, ou mesmo as cidadezinhas medievais, os nativos
estão ali trabalhando e o turista aproveitando, ou o turista gastando e o
nativo aproveitando.... Em Pistoia não, é uma mistura. As pessoas vendendo
calcinhas na frente do Duomo foi demais. Adorei.
De volta ao hotel encerramos a conta
com um minuto de atraso, isto que é aproveitar bem o tempo pago, o Ivo foi por
a mala no mini porta mala do 500 e machucou o bracinho.... mas ele muito macho
nem desmaiou, mas tivemos de ir à farmácia para um curativo. Mas nada que nos impeça
de seguirmos com a programação "ivistica" do dia.
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Monumento Votivo Militare Brasiliano
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Rumo ao Monumento aos Pracinhas,
facilmente chegamos, é um local meio isolado e só tínhamos nós por lá. Não sei
quem projetou o monumento, mas que me perdoe, é muito feio. De repente surgiu
um senhor, menos senhor que nós, e o Ivo logo lembrou da cara dele de uma
reportagem na RPC sobre o lugar. O sujeito é ítalo-brasileiro, mas fala com
sotaque, é filho do único pracinha que ficou morando aqui, e que sempre foi o guardião
do local, quando o pai morreu ele largou tudo e foi continuar a missão do pai.
Nos levou ao seu escritório, onde tem um pequeno museu de objetos, mapas,
fotos, coisa modesta, mas emocionante de ver o carinho com que ele guarda a
memória do pai. O Ivo adorou, ele tem atração pelas coisas da segunda guerra,
até parece que o próprio pai dele lutou. Compramos o livro que ele escreveu em português
e italiano, que o Ivo certamente vai ler nas duas línguas!! Aí o sujeito nos
deu algumas dicas de como no caminho passarmos por outros monumentos, refazendo
o trajeto dos pracinhas no rumo para Maranello, próximo destino.
Fizemos os caminhos mais
interioranos possíveis, maravilhosos e tortuosos. Cruzamos os Apeninos, e não vimos
nenhum dos monumentos extras, pois com todas as curvas pelo caminho se ainda
fossemos pegar atalhos nem de Ferrari iríamos chegar a Maranello hoje. Paramos
para almoçar nas montanhas, num lugarejo chamado Taviano, município de Sambuca
Pistoiese, que só então nos esclareceu por que anos atrás fomos jantar num restaurante
em NY, chamado Sambuca, onde tocava Tom Jobim e era um restaurante italiano!!!
Antes tarde do que nunca. Eu comi uma polenta rústica e o Ivo um talhatele
ambos com molho de Funghi Porccini, provavelmente colhido naquela manhã, de tão
fresquinho. Delicioso....
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Polenta Porcini no Rest. Le Margherite, no meio dos Apeninos |
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Localidade de Taviano em Sambuca Pistoiense |
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O GPS nos levou por caminhos tão tortuosos, que até ponte caída tinha |
Enfim Maranello, o Ivo até
respira mais rápido, acho que em ritmo de Ferrari quando vai chegando perto. O
museu é uma coisa, eu segui o Ivo só fotografando suas emoções, como se fosse uma
repórter fotográfica, e ele quando não posava, ia indicando o que era para
fotografar. Dai pegamos a auto estrada e direto para Milão.
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A P3 de 1966. A minha Ferrari de endurance preferida |
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275 GTB - entre as minhas favoritas das Ferraris de rua |
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Mostrando para a Fátima fotografar a embreagem do V10 da
F2003, campeã mundial. |
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Observando a evolução dos volantes |
Direto? Direto depois de 45 min. no
pedágio. Na fila para pagamento em dinheiro só tinha 2 caixas, para um outro
tipo de pagamento chamado Viacard, tinha um monte de caixas e ninguem ia
lá...nós também não fomos. Só depois descobrimos que italianos não gostam de
pagar com cartão, portanto não tinha nada demais... agora aprendemos, pagamos
no cartão e não pegamos mais fila no pedágio hehe.
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O Duomo à noite |
Chegando em Milão fomos direto para o hotel que
já estava reservado: La Antica Locanda Leonardo. O local do hotel não poderia ser melhor, bem ao lado da
Igreja Santa Maria delle Grazie, onde fica o Cenacolo Vinciano, nosso objetivo
principal, senão único, ver a Santa Ceia do Leonardo Da Vinci. O hotel é uma
joia, numa rua que passa carro, passa bonde, por pouco não passa boiada...passamos
direto da primeira vez. Enfim lá, depois de deixar o carro num estacionamento
(E28 só para passar a noite, e mesmo assim por que estávamos no hotel, e a gente
que acha estacionamento caro em Curitiba) , nos acomodamos. Acomodamos em
termos, fomos até o Duomo e Galleria Vitorio Emanuelle II dar uma espiada se
tudo continuava lá, deslumbrante como antes. E estava, nos deslumbramos de
novo. Aí sim, para o hotel, jantarzinho no quarto com direito a Brunello e
emoção. Era proibido comer no quarto, foi emocionante, ainda bem que com emoção
não foi ainda mais caro.
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Nosso banquete probido |
4 comentários:
Fatiminha linda! Apesar de já saber de antemão todas as peripécias deste dia -- pois aos leigos, saibam que euzinha fui a primeira a conversar com os viajantes via Skype em seu novo computador -- adorei lê-la! E as fotos ficaram ótimas, com destaque para o curativo de Ifinha!!! Um beijo e nos vemos daqui 2 meses!! Yiiiihoo!
Xanda querida
Que bom que você gostou do meu texto. Um elogio teu vale o dobro.
Beijins da Fatimins
Fátima! Você está intimada a escrever mais vezes, adorei seu texto, acredite, mas ouvi sua voz contando as peripécias do dia!
Ana querida
Obrigada! Que bom que tenho uma fã. Você já gostava dos meus textos da outra vez e foi meu incentivo para escrever de novo!
Beijos
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