quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Hoje foi dia de Ivo


Caríssimos, hoje "soi jo" que vou tecer os comentários sobre este dia memorável! Primeira coisa boa, pelo menos para mim... o hotel era meia boca mas tinha café da manhã! O Ivo como esta só meio de férias, ficou trabalhando no hotel e euzinha fui para o centro. Um doce pra quem adivinhar em que direção fui... Duomo! No meio do caminho passei por uma outra atração que o guia citava, mas que não era o meu objetivo principal, e aproveitei para conhecer o Palazzo Tau e sua capela cheia de afrescos de 1360. Logo ao lado fica a praça Garibaldi, com o dito cujo sobre o cavalo, juro que foi o Thiago Lacerda que pousou para a obra, e ele devia estar indo à missa com seu cavalo sem espora...
Garibaldi foi na missa, num cavalo sem espora
Estava meio difícil achar a direção para o Duomo e pedi uma informação, a pessoa me disse: fica na praça da feira. Quarta feira é dia de feira em Pistoia, e todo, mas todo mundo mesmo vai à feira. Todo mundo vai e barganha, discute, encontra os conhecidos e compram, roupas, calçados, frutas, verduras etc. É uma zona tal, que achar as atrações históricas nesta confusão foi uma aventura à parte. Mas achei, e valeu muito a pena. A Catedral de San Zeno e seu campanário do século 12 é lindo, e uma capela ao lado exibe um altar todo em prata que levou mais de 250 anos para ficar pronto e teve 9 artistas trabalhando, é claro que só um não ia dar, né...
Vendendo calcinhas na frente do Duomo
No retorno para o hotel tentei comprar uma camiseta, e o feirante já foi dizendo que para o meu tamanho não tinha, mas como era bonitinha e tinha uns outros modelitos semelhantes fiquei meio que remexendo, levei uma bronca... já disse que não tem nada pequeno!! Só faltou me mandar engordar um pouco e voltar na próxima semana. O mais legal foi ver as pessoas convivendo com os monumentos, sendo parte deles. Nas cidades maiores e mais importantes como Roma, ou mesmo as cidadezinhas medievais, os nativos estão ali trabalhando e o turista aproveitando, ou o turista gastando e o nativo aproveitando.... Em Pistoia não, é uma mistura. As pessoas vendendo calcinhas na frente do Duomo foi demais. Adorei.
De volta ao hotel encerramos a conta com um minuto de atraso, isto que é aproveitar bem o tempo pago, o Ivo foi por a mala no mini porta mala do 500 e machucou o bracinho.... mas ele muito macho nem desmaiou, mas tivemos de ir à farmácia para um curativo. Mas nada que nos impeça de seguirmos com a programação "ivistica" do dia.
Monumento Votivo Militare Brasiliano

Rumo ao Monumento aos Pracinhas, facilmente chegamos, é um local meio isolado e só tínhamos nós por lá. Não sei quem projetou o monumento, mas que me perdoe, é muito feio. De repente surgiu um senhor, menos senhor que nós, e o Ivo logo lembrou da cara dele de uma reportagem na RPC sobre o lugar. O sujeito é ítalo-brasileiro, mas fala com sotaque, é filho do único pracinha que ficou morando aqui, e que sempre foi o guardião do local, quando o pai morreu ele largou tudo e foi continuar a missão do pai. Nos levou ao seu escritório, onde tem um pequeno museu de objetos, mapas, fotos, coisa modesta, mas emocionante de ver o carinho com que ele guarda a memória do pai. O Ivo adorou, ele tem atração pelas coisas da segunda guerra, até parece que o próprio pai dele lutou. Compramos o livro que ele escreveu em português e italiano, que o Ivo certamente vai ler nas duas línguas!! Aí o sujeito nos deu algumas dicas de como no caminho passarmos por outros monumentos, refazendo o trajeto dos pracinhas no rumo para Maranello, próximo destino.
Fizemos os caminhos mais interioranos possíveis, maravilhosos e tortuosos. Cruzamos os Apeninos, e não vimos nenhum dos monumentos extras, pois com todas as curvas pelo caminho se ainda fossemos pegar atalhos nem de Ferrari iríamos chegar a Maranello hoje. Paramos para almoçar nas montanhas, num lugarejo chamado Taviano, município de Sambuca Pistoiese, que só então nos esclareceu por que anos atrás fomos jantar num restaurante em NY, chamado Sambuca, onde tocava Tom Jobim e era um restaurante italiano!!! Antes tarde do que nunca. Eu comi uma polenta rústica e o Ivo um talhatele ambos com molho de Funghi Porccini, provavelmente colhido naquela manhã, de tão fresquinho. Delicioso....
Polenta Porcini no Rest. Le Margherite, no meio dos Apeninos
 
Localidade de Taviano em Sambuca Pistoiense
 
O GPS nos levou por caminhos tão tortuosos, que até ponte caída tinha

Enfim Maranello, o Ivo até respira mais rápido, acho que em ritmo de Ferrari quando vai chegando perto. O museu é uma coisa, eu segui o Ivo só fotografando suas emoções, como se fosse uma repórter fotográfica, e ele quando não posava, ia indicando o que era para fotografar. Dai pegamos a auto estrada e direto para Milão.

A P3 de 1966. A minha Ferrari de endurance preferida

275 GTB - entre as minhas favoritas das Ferraris de rua

Mostrando para a Fátima fotografar a embreagem do V10 da
F2003, campeã mundial.

Observando a evolução dos volantes
Direto? Direto depois de 45 min. no pedágio. Na fila para pagamento em dinheiro só tinha 2 caixas, para um outro tipo de pagamento chamado Viacard, tinha um monte de caixas e ninguem ia lá...nós também não fomos. Só depois descobrimos que italianos não gostam de pagar com cartão, portanto não tinha nada demais... agora aprendemos, pagamos no cartão e não pegamos mais fila no pedágio hehe.
O Duomo à noite
Chegando em Milão fomos direto para o hotel que já estava reservado: La Antica Locanda Leonardo. O local do hotel não poderia ser melhor, bem ao lado da Igreja Santa Maria delle Grazie, onde fica o Cenacolo Vinciano, nosso objetivo principal, senão único, ver a Santa Ceia do Leonardo Da Vinci. O hotel é uma joia, numa rua que passa carro, passa bonde, por pouco não passa boiada...passamos direto da primeira vez. Enfim lá, depois de deixar o carro num estacionamento (E28 só para passar a noite, e mesmo assim por que estávamos no hotel, e a gente que acha estacionamento caro em Curitiba) , nos acomodamos. Acomodamos em termos, fomos até o Duomo e Galleria Vitorio Emanuelle II dar uma espiada se tudo continuava lá, deslumbrante como antes. E estava, nos deslumbramos de novo. Aí sim, para o hotel, jantarzinho no quarto com direito a Brunello e emoção. Era proibido comer no quarto, foi emocionante, ainda bem que com emoção não foi ainda mais caro.
Nosso banquete probido
 

4 comentários:

Panda Lemon disse...

Fatiminha linda! Apesar de já saber de antemão todas as peripécias deste dia -- pois aos leigos, saibam que euzinha fui a primeira a conversar com os viajantes via Skype em seu novo computador -- adorei lê-la! E as fotos ficaram ótimas, com destaque para o curativo de Ifinha!!! Um beijo e nos vemos daqui 2 meses!! Yiiiihoo!

Ivo disse...

Xanda querida

Que bom que você gostou do meu texto. Um elogio teu vale o dobro.

Beijins da Fatimins

Ana Balbinot disse...

Fátima! Você está intimada a escrever mais vezes, adorei seu texto, acredite, mas ouvi sua voz contando as peripécias do dia!

Ivo disse...

Ana querida

Obrigada! Que bom que tenho uma fã. Você já gostava dos meus textos da outra vez e foi meu incentivo para escrever de novo!

Beijos