Hoje o relato do dia está saindo atrasado. A internet do nosso próximo destino (Érice), onde sempre faço as atualizações à noite, era muito ruim, o que inviabiliza a colocação de fotos.
Mas vamos ao que realmente interessa. Tal como já antecipado
ontem (ou antes de ontem, como queiram), hoje o destino da manhã era irmos até
o PARCO
ARCHEOLOGICO DI SELINUNTE – Regione Siciliana (obviamente clicar no link ao
lado para mais informações).
Em assim sendo, após um café da manhã que, pelo menos para
mim, foi meio decepcionante – teoricamente o nosso hotel era para ser 5 estrelinhas,
mas os sucos eram artificiais, os copos eram de plástico, só tinha pão fatiado,
em suma, não compatível com um hotel 5 estrelas de verdade. Houve uma
compensação ao menos. Tinha uma centrífuga para fazer suco de cenoura com maçã.
Tudo bem, acho que o que tivemos anteriormente está me deixando meio chato, eu
reconheço.
O parque arqueológico fica a menos de 2 km do hotel. Na
chegada, já fiz o primeiro zag quando deveria ter feito zig do dia... Passei a
entrada do parque e tivemos que dar uma voltinha razoável. Mas tudo bem, deu
certo. Estacionamos, num estacionamento gratuito (tive que
salientar, de tão raro que é isso nessa Itália maravilhosa) e fomos comprar os
tickets de acesso. Difícil encontrar um lugar tão barulhento quanto essa
bilheteria. Três ou quatro guichês fechados, com vendedores e compradores falando
através de alto-falantes em altíssimo (talvez nem tanto, mas...) volume. Um
azougue, como costumava dizer uma amiga minha que está viajando conosco! Apesar
da barulheira, uma notícia boa. Como o sítio é dividido em duas partes (uma no
interior – mas que dá para ver o mar – e outra na beira do mar, separadas por
uma estradinha de mais ou menos 1,5 km), o ingresso já dá direito ao transporte
de um lado para o outro em carrinhos tipo trenzinho.
A primeira visão que se tem é de um templo praticamente
inteiro “de pé”. Mal-informados que estávamos, não sabíamos que esse templo foi
reerguido por volta de 1959 (nem o Hamilton, que sempre lê tudo sobre o que
iremos visitar sabia dessa) por um arqueólogo que adorava quebra cabeças.
Aliás, eu acho que o que ele gostava mesmo era de montar esses joguinhos. Arqueologia
era secundário na vida dele (hahaha). De qualquer jeito, o resultado é
espetacular. Além disso, esse é um dos poucos templos por aí em que é permitido
andar dentro dele.
Seguimos nossa visita entre as ruínas (vimos até corte de mato num dos locais), além de uma equipe fazendo novas escavações atrás do ainda desconhecido.
Fora esse existe um outro “meio templo” em pé, mas também
reconstruído. Os cartagineses quando invadiram a Sicília foram muito malvados e
derrubaram tudo – tanto templos, como residências. O local era uma
verdadeira cidade. Eu fico imaginando o trabalho para derrubar tudo aquilo,
afinal, são colunas enormes, blocos de pedra pesadíssimos e por aí vai. O carinha
tem que estar com muita raiva do conquistado!
O trenzinho de transporte foi uma mão na roda – o ticket era
ida e volta. Por volta do meio dia terminamos nossa visita e voltamos pra o
hotel para apanharmos as bagagens e seguirmos para Érice.
Pé na estrada. Só que, como somos meio teimosos e exploradores, não queríamos fazer o nosso trajeto apenas pelas estradas principais. Eu ia com o GPS “oficial” na tela do carro na frente, e Hamilton atrás procurando caminhos alternativos. Entre aqui, direita lá, agora reto, acabamos chegando numa estradinha de chão esburacada, mas que nos levou para uma prainha linda!
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Veja que a rota "oficial" do Google não nos leva tão para o litoral como nós fomos! |
Acabamos chegando em Marsala, como previsto. Logo depois de entrarmos na cidade, vi uma placa indicando umas salinas (isso, de colher sal do mar – não é nenhuma palavra estranha em italiano). Seguimos as placas e chegamos na Saline Genna. Interessante. Almoçamos lá mesmo umas mini pizzas que pelo jeito vem congeladas (sei disso porque a minha ainda estava fria...) e experimentamos um refrigerante típico da Sicília, chamado Lumì que, pasmem, é tipo uma soda limonada com adição de sal. Eu achei muito interessante, alguns não gostaram muito. Na saída passamos pela lojinha com vários tipos de sal além de vários produtos baseados em sal – até perfume. Curiosidade: encontramos dois casais manezinhos (para quem não sabe, de Florianópolis), que estavam viajando sem nenhuma reserva de hotel!!!
Seguimos o caminho, agora por estradas normais, até chegarmos em Trapani, cidade na base do morro no topo do qual fica Érice – já dava para ver a cidade láááááá em cima. E como se sobe um morro? Por estradas minhoquentas, mas dessa vez com a vantagem de pouco ou nenhum movimento. Hamilton tinha colocado o GPS para o estacionamento do hotel, onde seríamos apanhados por um serviço de transfer. Entramos onde o GPS indicava e ficamos meio perdidos. Parecia que lá não tinha nada. Já tínhamos decidido sair de lá e voltar para a estrada para ver se não estávamos no lugar errado, quando entra um microcarro vermelho com o nome do nosso “hotel” na porta. Era ali mesmo. Conversamos com o motorista, que nos disse que só tinha que levar outros dois hóspedes até lá em cima e rapidinho voltaria para nos pegar.
Quando ele voltou, simplesmente não acreditamos que naquela
coisa microscópica caberíamos nós e mais as duas malas médias e três pequenas
que já não cabiam tão folgado assim no nosso SUV. E não é que o Sr. Dario
conseguiu colocar tudo lá dentro? Não só as bagagens, mas nós também (haverá no
blog de amanhã um desdobramento dessa história, mas isso é para depois). Seguimos
então no microcarro passando por micro ruas até chegarmos no micro hotel.
Aliás, o hotel não era tão micro assim, mas... Cada quarto tinha um nome. O
nosso era Prezzemolo (salsinha), o deles não lembro ao certo, mas acho
que era Rosmarino (alecrim). O nosso quarto era muito bom. A chegada no
quarto dos companheiros era no mínimo estranha. Sobe escada, desce escada, nem
sei se sobe de novo e chega-se nele.
Nos assentamos e fomos dar um passeio pelas redondezas. Logo depois que chegamos começou a cair uma névoa forte, que quase não permitia mais que víssemos lá embaixo, além de ter esfriado bastante.
Depois da passeadinha básica pela também microcidade, voltamos ao hotel para fazermos uma horinha antes de sairmos para jantar – o restaurante só abria às 19:30. Um jantar muito bom, com um Rosso di Ludovico Reserva (um blend de Syrah com Nero d’Avola – a uva “raiz” da Sicília), um bom e divertido papo até depois das nove, quando então fomos prá caminha!
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